2013-02-09 17:23:28

Ninguém pode dizer-se cristão sem aceitar o martírio


Sexta-feira à tarde, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Confiança, Padroeira do Pontificio Seminário Maior de Roma, o Papa deslocou-se a esse seminário para uma “lectio divina” aos 190 seminaristas ali em formação e com os quais jantou no final do encontro.

Bento XVI exprimiu a sua alegria por ver tantos jovens em caminho para o sacerdócio, ou seja à procura da melhor forma para servir o Senhor nos tempos de hoje. Depois teceu uma ampla reflexão centrada nalguns versos da carta de Pedro em que sobressai a paixão de quem encontrou o Messias, depois pecou, mas permaneceu sempre fiel a Cristo”. O Papa constatou a linguagem culta de Pedro que, disse, nem parece a de um pescador. Com efeito – explicou – Pedro escreveu de Roma com a ajuda de outros irmãos na fé, com a ajuda da Igreja.
Ele não falava como individuo, mas como homem de Igreja, embora com a sua responsabilidade pessoal.
Ele sabia que em Roma ia encontrar o martírio, mas não se retira, vai em direcção à cruz indicada por Cristo e convida também o homem contemporâneo a acolher o aspecto martirológico – disse o Bento XVI afirmando que ninguém pode dizer-se cristão sem aceitar o martírio.

Perantte esses 190 jovens que se preparam para o sacerdócio, Bento XVI deteve-se sobre o aspecto da eleição: a escolha, única e particular, que o Senhor faz em relação a cada ser humano: “Ser queridos por Deus para conhecer o rosto de Cristo, para ser católicos – disse – é um dom: devemos alegrar-nos porque Deus deu-nos essa graça. Essa beleza de conhecer a plenitude da Verdade de Deus, alegria do seu amor”

“Eleitos”: palavra que exprime “privilégio e humildade” ao mesmo tempo, mas nunca “triunfalismo”. Hoje – observou o Papa – os cristãos são o grupo mais perseguido no mundo porque “não conforme”, porque “contra as tendências do egoísmo e do materialismo”. Embora tendo contribuido para a formação da cultura ocidental, os cristãos vivem desde sempre numa condição de minoria – disse Bento XVI acrescentando:

“Rezemos ao Senhor para que nos ajude a aceitar esta missão de viver como dispersos, como minorias num certo sentido, de viver como estrangeiros e, no entanto, como seres responsáveis pelos outros, fortificando o bem no nosso mundo”

Por fim, Bento XVI relevou o “falso pessimismo” segundo o qual o cristianismo chegou ao fim. E convidou a um são realismo:

“Há quedas graves, perigosas, e temos de reconhecer com são realismo que assim não está certo, lá onde se fazem coisas erradas. Mas temos também de estar seguros, que se aqui e além a Igreja morre por causa dos pecados do homem, por causa do seu não acreditar, ao mesmo tempo renasce de novo. O futuro é realmente de Deus: esta é a grande certeza da nossa vida, o grande, verdadeiro optimismo que conhecemos. A Igreja é uma árvore de Deus que vive eternamente e traz em si a eternidade e a verdadeira herança: a vida eterna.”

O Papa foi acolhido pelo cardeal vigario da Diocese de Roma, Agostino Vallini, pelo Reitor do Seminário Maior, D. Concettto Occhipinti, e saudado calorosamente pelos 190 seminaristas presentes e 16 jovens em fase de discernimento...








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