Belo Horizonte (RV) - A Arquidiocese de Belo Horizonte completa 92 anos de
história no dia 11 de fevereiro, momento em que a Igreja celebra Nossa Senhora de
Lourdes e o Dia Mundial de Orações pelos Enfermos. A trajetória que começou em 1921,
na nova capital mineira, foi um passo importante na história de Minas, já consolidada
em raízes cristãs católicas.
Um marco determinante na rica história da Igreja
Católica no Estado é a criação da Diocese de Mariana, primeira de Minas, em 6 de dezembro
de 1745. A Arquidiocese de Mariana é a Igreja-Mãe de Minas Gerais. De seu trabalho
missionário, nasceram as Dioceses de Diamantina (1854), Pouso Alegre (1900), Caratinga
(1915), Luz (1918), Belo Horizonte (1921) e muitas outras, configurando o mapa católico
mineiro, com 29 dioceses.
Neste rico patrimônio da fé cristã católica, está
a Arquidiocese de Belo Horizonte, uma Igreja Viva, que constrói sua história de serviços
à sociedade guiada pelo Evangelho e em comunhão com as outras dioceses. Anima, assim,
a vivência de um caminho que garanta o cumprimento da missão dada pelo Senhor da Igreja,
Jesus Cristo, de fazer de todos seus discípulos. Um discipulado que inclui a conquista
de uma espiritualidade encarnada, configurando comunidades de fé como lugar da experiência
de Deus e da fraternidade.
Ao longo destes 92 anos, a Arquidiocese de Belo
Horizonte assume, também, a tarefa exigente de cultivar a cidadania com os valores
da fé cristã católica. Um trabalho marcado pela participação corajosa e profética
de muitos bispos, padres, leigos, religiosos, homens e mulheres que testemunham, com
amor, a alegria de crer, convencidos de que a fé aprendida, celebrada e professada
expande horizontes, modifica os rumos, edifica uma sociedade solidária, marcada pela
cultura da vida e da paz.
Nesse momento de celebração, a Arquidiocese de Belo
Horizonte sabe que está vivenciando uma década que, concluída, contará a importância
de um centenário de feitos, serviços, conquistas e lutas. Uma trajetória que poderá
ser conhecida por todos, a partir de um grande projeto: a publicação, em dez volumes,
da história da Arquidiocese de Belo Horizonte. O primeiro livro, já pronto, contempla
a história geral da Arquidiocese. Outros quatro volumes mostram o trabalho de seus
arcebispos e bispos. Noutro, de seus padres. Em seguida, apresenta-se a vida consagrada
masculina e feminina. Um importante volume revela, também, a grandeza admirável do
Laicato na Arquidiocese de Belo Horizonte.
De grande relevância, serão os volumes
que detalharão o caminho missionário na Igreja de Belo Horizonte, registrando a riqueza
da evangelização nas assembleias e iniciativas dedicadas ao anúncio do Evangelho de
Jesus Cristo, sua missão primordial e razão de sua identidade. Ainda, outros livros
contemplarão a presença social e política da Arquidiocese de Belo Horizonte, no mundo
da cultura e da educação, bem como a riqueza das instituições vinculadas a esta Igreja,
servindo com competência e simplicidade no mundo da educação, cultura, arte, comunicação,
saúde, prestação de serviços e no cuidado social.
Essa magnífica coletânea,
sob a responsabilidade de competente comissão da PUC Minas, será concluída com a apresentação
da Arquidiocese de Belo Horizonte, centenária, em sua contemporaneidade. A elaboração
sistêmica dessa memória vai se desenhando como um horizonte para um caminho que se
alarga e faz agigantar o sentido da presença da Igreja, hospitaleira e servidora,
no coração do mundo. Esse caminho evangelizador da Arquidiocese de Belo Horizonte,
ao longo de 2012, com a realização de sua 4ª Assembleia do Povo de Deus, tem metas,
exigências e compromissos consignados nas Diretrizes da Ação Evangelizadora, que inspirou
o Plano de Pastoral de cada Região Episcopal, no serviço evangelizador a uma população
de cinco milhões de habitantes, em 28 municípios, com a concretude da rede de paróquias
e comunidades.
Permanece, sempre, o desafio de multiplicar a fé, de garantir
um qualificado serviço evangelizador. Soma-se a essa dimensão, o compromisso da renovação
das comunidades, locais privilegiados para o encontro com Cristo, uma experiência
que aprimora atendimentos, serviços e faz crescer a solidariedade. Assim, a Igreja
renova, sempre, sua opção preferencial pelos pobres, como testemunho profético da
fé, ajudando a construir a sociedade justa e fraterna, numa perspectiva ecumênica
e de diálogo inter-religioso. Louvado seja Deus pela história da Arquidiocese de Belo
Horizonte. Que ela avance nesse rico caminho, articulada com outras frentes missionárias,
consolidando o tesouro da fé cristã católica.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte