Sacerdote egípcio: cristãos no Oriente Médio não chegam a 10% da população
Roma (RV) – No início do século passado os cristãos no Oriente Médio representavam
20% da população. Atualmente, não chegam a 10%. Em Jerusalém e em Nazaré eles representam
2% da população, enquanto o Líbano continua sendo o país com o maior percentual de
cristãos, 35%, apesar da contínua diminuição. Os cristãos emigram da região devido
aos conflitos e às perseguições.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o sacerdote
jesuíta egípcio, Samir Khalil Samir, advertiu que ‘quanto mais os cristãos abandonam
o país, mais se convertem em uma minoria e os seus direitos são seriamente atingidos”.
“Com
a diminuição de elementos cristãos – ressaltou o sacerdote – se retrocede na economia,
porém muito mais na política, mas sobretudo, naquilo que está relacionado com os direitos
humanos, com a situação da mulher, com a liberdade religiosa, o progresso social,
os direitos sociais para os mais pobres e os mais fracos”.
“Por este motivo
– explica Padre Samir -, mesmo alguns muçulmanos - entre intelectuais, políticos e
mesmo pessoas com uma cultura mediana -, dizem: ‘Por favor, não vão embora, permaneçam!
Há muitos séculos vivemos juntos!”
Em relação à convivência entre muçulmanos
e cristãos nos países do Oriente Médio, o jesuíta observou que “quase sempre” teve
desgostos, porém, “o que vivemos hoje em todo o mundo islâmico é uma constante radicalização
dos protestos contra o poder mundial que vem definido como ocidente, o qual os muçulmanos
consideram como cristão, mesmo que esteja se descristianizando cada vez mais. Isto
tudo repercute nos cristãos locais’. (JE)