2013-02-07 11:38:35

Dom Hélder é unanimidade. Ouça!


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) – A Arquidiocese de Olinda e Recife recorda hoje Dom Hélder Câmara, que se estivesse vivo completaria esta quinta-feira 104 anos.

Uma Missa será celebrada na Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, na Boa Vista, lugar onde Dom Hélder escolheu viver e morrer.

Para falar de alguns traços marcantes de sua personalidade, a Rádio Vaticano contatou o Professor Luiz Carlos Luz Marques, da Universidade Católica de Pernambuco:

Lendo sobre Dom Hélder, percebe-se que ele tinha uma sensibilidade muito grande. Uma questão era a dignidade das mulheres. No caso do Concílio, ele pensava especialmente na dignidade das religiosas. Outra coisa, claro, os pobres, a centralidade dos pobres: essa percepção dele de que dois terços da humanidade vivia abaixo da linha da pobreza, justamente nos países ditos “cristãos”. Outra questão com a qual ele se preocupava muito era com a paz, a não-violência. Naqueles anos da crise de Cuba, depois a morte de Kennedy, de Martin Luther King, nesses momentos Dom Hélder refletia muito sobre a necessidade de construir relações de paz, de respeito. Era um homem sempre preocupado com a pessoa do outro, era sem dúvida um personalista. Talvez a característica mais importante dele é que Dom Hélder era um líder, mas era capaz de trabalhar em equipe. Ele valorizava extremamente as ideias, a liberdade, o âmbito de trabalho de cada um. Numa época em que a Igreja era um pouco mais misógina do que hoje, ele trabalhava muito bem com as mulheres. As equipes dele estavam sempre cheias de mulheres e elas não eram só secretárias. Dom Hélder é unanimidade. Todo mundo se apaixona por ele, um homem que conseguia tocar o coração. E ele tinha esta percepção, que nem todo mundo compreendia, de que primeiro era preciso tocar o coração das pessoas para depois conversar sobre as coisas que nos dividem para ver se podemos trabalhar juntos. Um homem corajoso.

(BF)







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