2013-02-06 12:20:09

Igreja na Índia:"Estupro é uma vergonha nacional"


Mumbai (RV) – “O estupro é uma vergonha nacional, mas a Igreja não pode aprovar a pena de morte para os culpados das violências, porque defende a sacralidade da vida”: com tais palavras, expressas em um colóquio com a agência Fides, Dom Agnelo Rufino Gracias, bispo auxiliar de Mumbai, recorda a posição da Igreja indiana após o decreto lei emitido pelo governo.

O texto prevê a pena de morte para os estupradores nos casos em que a vítima morra ou acabe em estado vegetativo contínuo, mas também para os recidivos, que repetem o crime de “violência sexual agravada”. O procedimento será submetido ao Parlamento, que tem seis meses para ratificá-lo.

Dom Gracias ilustra à agência Fides a posição da Igreja da Índia: “um decreto de tal gênero foi apresentado na onda de comoção, após o caso da jovem indiana de 23 anos Nirbhaya, violentada e assassinada um mês atrás. Esperamos que ocorra uma reflexão mais pacata e que isso se verifique no Parlamento. Estamos conscientes de que o estupro é uma vergonha nacional, que condenamos duramente. Somos promotores da justiça para as vítimas e de uma adequada punição dos culpados. Mas a pena capital não é a solução. Acreditamos que em muitos casos bastaria aplicar com zêlo a legislação vigente”.

Para combater na base a chaga do estupro na sociedade indiana, o bispo destaca: “Como Igreja estamos procurando contribuir, como podemos, para combater esta terrível prática. Antes de tudo promovendo o respeito da dignidade da mulher e as iguais oportunidades. Em segundo lugar, com um trabalho capilar na educação, setor do qual partir para mudar uma mentalidade, e difundindo uma cultura baseada no valor e no respeito de cada vida humana”.

Como referido à Fides, alguns ativistas criticaram o decreto do governo por ter ignorado os casos nos quais a serem acusados de estupro são membros das forças de polícia ou do exército. O governo explicou que tal decreto não tem efeito retroativo, portanto, as disposições não podem ser aplicadas ao caso de Nirbhaya. (SP)








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