2013-02-06 20:10:41

Dom Sako: "Sectarismo envenena convivência entre os povos do Oriente Médio"


Bagdá (RV) - O Governo Regional do Curdistão acolherá nesta quinta-feira, em Erbil, no Iraque, com uma cerimônia de boas-vindas o novo Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Sako.

As autoridades civis e religiosas se encontrarão com Dom Sako na Catedral de São José, em Ankawa, subúrbio da capital do Curdistão iraquiano. Na semana seguinte, depois de passar por Kirkuk, o novo patriarca se transferirá para Bagdá, onde a tomada de posse da sede patriarcal foi marcada para 6 de março próximo.

Contatado pela Agência Fides, Dom Sako esclarece algumas vozes sobre a transferência do patriarcado caldeu para os Estados Unidos. "Morarei em Bagdá, mesmo porque quero estar entre nossos irmãos cristãos e todos os outros que continuam vivendo em meio a dificuldades e sofrimentos. Devemos dar o exemplo, como pastores, e não procurar a nossa própria segurança, sobretudo neste momento crítico vivido pelo Iraque", frisou ele.

"O próximo Sínodo da Igreja Caldéia se realizará em Bagdá, e eu pedi pessoalmente a todos os bispos, incluindo os da diáspora, para não deixarem de participar. Isso também pode ser um apoio para os cristãos, para o governo e todos os iraquianos. Ver que os bispos caldeus podem fazer seu Sínodo, saudar o Presidente e o Primeiro-Ministro, será um sinal de que a Igreja está presente e não tem necessariamente de ir embora", ressaltou ainda o prelado.

Segundo o novo patriarca caldeu, nessa atual fase histórica os cristãos também podem ser contaminados pelo sectarismo que envenena a convivência entre os povos do Oriente Médio. "Persiste aqui e ali uma mentalidade tribal e cada povoado pretende ter seu bispo ou patriarca. Nós, como bispos, devemos estar vigilantes contra estas formas doentias de viver a própria identidade", disse ainda o novo Patriarca de Babilônia dos Caldeus.

O prelado considera fundamental a comunhão entre a Sé Apostólica e as Igrejas do Oriente Médio. "Eu pedi ao Papa Bento XVI para não nos deixar sozinhos, isolados, como num gueto. As nossas Igrejas, embora sejam pequenos números, são de grande importância para testemunhar a universalidade da Igreja e são essenciais também na relação com o Islã, com o qual convivemos", concluiu Dom Sako. (MJ)







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