Concerto no Vaticano: Entre Igreja e Estado cooperação em prol do bem comum
Cidade do Vaticano (RV) - A embaixada da Itália junto à Santa Sé ofereceu um
concerto, nesta segunda-feira, em honra ao Papa Bento XVI e ao Presidente da República
Italiana, Giorgio Napolitano, no âmbito da celebração no próximo dia 11, dos 84 anos
da assinatura do Pacto Lateranese, com o qual se criou o Estado da Cidade do Vaticano.
No
final do concerto, realizado na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Papa proferiu algumas
palavras aos presentes. O pontífice agradeceu aos promotores e organizadores do evento,
em particular a "Flying Angels Foundation" engajada no campo da solidariedade.
"A
Orquestra do Maggio Musicale Fiorentino e seu diretor, Zubin Mehta, não precisam de
apresentações: ambos ocupam um lugar importante no cenário da música internacional
e hoje nos doaram um momento de profunda elevação do espírito com a notável execução
da Sinfonia de Giuseppe Verde, A força do Destino, e a Terceira Sinfonia de Beethoven",
frisou o Papa em seu discurso.
Segundo Bento XVI, "Verdi soube expressar musicalmente
as situações da vida, sobretudo o drama humano, de modo imediato, decisivo e essencial.
Tocando o tema do destino, Verdi aborda diretamente a questão religiosa, se confronta
com Deus, com a fé e com a Igreja. Emerge novamente a alma desse músico, sua inquietação
e sua busca religiosa".
A Terceira Sinfonia de Beethoven o Papa a definiu uma
obra complexa que marca de forma clara o afastamento da música sinfônica clássica
de Haydn e Mozart.
Essa sinfonia foi dedicada a Napoleão Bonaparte, mas o
grande compositor alemão mudou de idéia depois que Bonaparte se proclamou imperador.
"Beethoven expressa musicalmente o ideal do herói portador de liberdade e igualdade
que está diante da escolha de resignação ou luta, de morte ou vida, de derrota ou
vitória. A busca de sentido que abre a uma esperança sólida para o futuro faz parte
do caminho da humanidade", concluiu Bento XVI. (MJ)