2013-02-01 12:43:43

Catedral da Sé hospeda encontro inter-religioso


São Paulo (RV) - A Arquidiocese de São Paulo e o Instituto Vladimir Herzog promoveram encontro entre religiões monoteístas abraâmicas, dia 25 de janeiro, na Catedral da Sé. O ato inter-religioso lembrou os 50 anos do Concílio Vaticano II e da Declaração Conciliar Nostra Aetate, sobre a relação da Igreja com as religiões não-cristãs.

O ato terminou com uma cantata cênica que recordou os 70 da morte de Anne Frank, apresentada pela Rede Cultural Luther King com o maestro Martinho Lutero Galati de Oliveira. Representantes das tradições cristãs, budista, hinduísta, mulçumana, espírita e de matriz africana estiveram no ato.

“Desde sua fundação, a cidade foi marcada pela presença e acolhida às diferentes tradições religiosas que sempre deram sua contribuição para a cidade dos mil povos” - ressaltou cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação e encarregado da Pastoral do Diálogo Ecumênico e Inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo.

Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, ressaltou a importância do evento na Catedral e recordou os documentos conciliares: “Deus é honrado se nós, por meio da religião, soubermos viver o respeito e a valorização recíproca. Cada um tem a própria consciência, onde se encontra consigo mesmo e com o próximo, assim é necessário valorizar a consciência humana, pois ali está a dignidade e a liberdade de cada um”.

“Neste momento, queremos lembrar também a jovem judia Anne Frank e Vladimir Herzog [que morreu em 1975 em decorrência de maus tratos sofridos pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS)], que foi pessoa de destaque nos tempos obscuros que o Brasil viveu durante a ditadura militar”, continuou o Cardeal.

Raul Meyer, membro da diretoria da Federação Judaica de São Paulo e do Centro de Cultura Judaica, destacou alguns fatos da história de Anne Frank e lembrou a importância do respeito às culturas: “Anne foi uma menina que viveu escondida e morreu prematuramente por não ser considerada, pelos nazistas, pertencente à raça pura. Ser diferente não é ser menos. O que nos diferencia não tira nosso valor”.
“É a primeira vez que o coro se apresenta no aniversário de São Paulo. Porém, na grande celebração, presidida por dom Paulo Evaristo Arns, [arcebispo de São Paulo quando morreu Vladimir Herzog], que reuniu milhares de pessoas na catedral, o coro estava presente”, disse Martinho Lutero, maestro e fundador da Rede Cultural Luther King.

(CM- O São Paulo)








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