2013-01-31 13:30:01

Paquistão: inocente cristão acusado de blasfêmia


Islamabad (RV) – Após a jovem Rimsha Masih, a comunidade cristã paquistanesa festeja a declaração de inocência emitida por um Tribunal de segunda instância de um homem condenado à morte em primeira instância – sem provas e com base em acusações duvidosas – por blasfêmia. É o que informa a agência AsiaNews. A sentença poderia dar novo vigor e esperança a outras vítimas desta lei, entre as quais Asia Bibi, 46 anos e mãe de cinco filhos, à espera de julgamento em segunda instância.

Barkat Masih, 56 anos, nasceu numa família hindu, mas converteu-se ao cristianismo; natural da cidade de Bahawalpur, na província do Punjab, foi envolvido (apesar de inocente) num caso de blasfêmia em 1º de outubro de 2011, tendo sido condenado em primeira instância à pena de morte. Fontes locais informam que o homem, um guarda profissional, acabou em meio a uma disputa entre trabalhadores, que queriam ocupar sem algum direito, um pedaço de terra. Masih impediu a entrada num escritório, onde estavam os documentos da propriedade, cumprindo com sua obrigação.

Dois trabalhadores muçulmanos - Muhammad Saleem e Muhammad Shoaib – o insultaram e ameaçaram, prometendo vingança. Os dois o denunciaram num posto policial de blasfêmia. Barkat Masih foi preso e condenado em primeira instância com base no artigo 295 C do Código penal paquistanês, cuja pena máxima é a pena de morte.

No entanto, após ter passado 18 meses na prisão, no último dia 28 de janeiro, o Juiz Javed Ahmed da Alta Corte de Bahawalpur aceitou o recurso e os argumentos da defesa, inocentando Masih, porque o fato não subsiste. Ativistas dos direitos humanos e líderes cristãos ficaram satisfeitos com a sentença, um sinal positivo também para muitos outros casos semelhantes.

Pe Nawaz George, sacerdote da Diocese de Lahore e defensor dos direitos dos cristãos, disse estar “entusiasta” pela libertação “de um inocente” que soube manter “firme sua fé”. “Esperamos que este fato – concluiu – possa dar nova esperança às pessoas que estão presas porque acusadas deste crime, á espera que seja feita justiça”. (SP)








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