Rio de Janeiro (RV) - O governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu preservar
o prédio histórico onde funcionou o Museu do Índio e que está ocupado por indígenas.
A construção de 1850 seria demolida dentro dos planos de modernização do entorno do
Maracanã para a Copa 2014.
O governo do Rio de Janeiro anunciou a decisão após
a intensa polêmica gerada pelo decisão de demolir o prédio, o que foi muito criticado
até pelo Ministério de Cultura devido ao valor histórico da edificação.
A polêmica,
que ganhou as redes sociais, também foi alimentada por organizações de defesa dos
índios já que, apesar de o museu ter sido desativado em 1978, a edificação foi ocupada
por integrantes de diferentes etnias em 2006 e transformada na chamada "Aldeia Maracanã".
Após
o anúncio de que o palacete seria demolido, a ocupação foi reforçada por outros índios,
que se entrincheiraram no local desde a primeira tentativa da polícia de despejá-los
e anunciaram que pretendem transformar a propriedade em uma universidade para índios.
Segundo
a assessoria de imprensa do governo do Rio, o governador Sérgio Cabral optou por preservar
a edificação e declará-la como patrimônio histórico da cidade, mas exigiu que os índios
a desocupem. O governo anunciou ainda que a construção, em estado de deterioração,
será restaurada pela mesma empresa que vencer a licitação para administrar o Maracanã
depois do Mundial de 2014.
O governo se comprometeu a pagar temporariamente
o aluguel dos índios que vivem na construção em apartamentos de baixo custo enquanto
se procura outro local para a instalação da "aldeia" possivelmente em um terreno público.
Além
do apoio do governo federal brasileiro à preservação do antigo Museu do índio, vários
juízes concederam tutelas para impedir a demolição e impedir qualquer operação de
despejo.
O edifício em questão, vizinho ao Maracanã, abrigou o Museu do Índio
de 1953 a 1978, quando foi abandonado e, seu acervo, transferido para outro prédio
no bairro de Botafogo. (JE)