Egipto, tumultos e violência fazem 50 mortos - declarado estado de emergência
Egipto - O Egipto está mergulhado numa nova crise, com a violência a fazer 50 mortos
e o Presidente, Mohamed Morsi, a declarar o estado de emergência em várias cidades
para os próximos 30 dias. Em Ismalia e Port Said, os confrontos entre manifestantes
e polícia continuaram durante a noite de domingo e ninguém esperava que abrandassem.
Port Said tinha sido o local com violência mais mortífera – 37 pessoas morreram nos
confrontos que surgiram após a notícia da condenação à morte de 21 apoiantes do clube
de futebol local Al-Masry pela participação nos confrontos durante um jogo com o rival
Al-Ahly, que em 2012 provocou a morte a 70 pessoas. Na praça Tahrir, no Cairo,
marcou-se esta segunda-feira o quinto dia de confrontos, com um manifestante morto
a tiro, segundo as agências. As mulheres estão entre as maiores vítimas da praça
do Cairo: cerca de 25 foram atacadas por grupos de homens que as tentam despir e tocar.
Uma pelo menos foi violada, segundo grupos de direitos das mulheres citados pelo diário
britânico The Guardian. Morsi, num discurso duro a anunciar o estado de emergência,
disse que poderia dar mais passos “pelo Egipto” já que era o seu “dever” como Presidente. A
oposição liberal, que acusa o Presidente de ser autocrático e impor uma nova Constituição
que não protege a liberdade de expressão ou de religião, disse que se iria reunir
hoje para considerar a oferta de Morsi.Entre os convidados estão o Nobel da paz Mohamed
ElBaradei, o antigo líder da Liga Árabe Amr Moussa e Hamdeen Sabbahi, que ficou em
terceiro ligar nas presidenciais que deram a vitória a Morsi.