Roma (RV) – Neste 27 de janeiro, foi celebrado o 60º Dia Mundial dos Doentes
de Hanseníase. Esta data recorda a aprovação pela ONU, em novembro de 2010, dos “Princípios
e linhas guias para a eliminação da discriminação contra os doentes de hanseníase
e seus familiares”, um documento que compromete instituições e comunidade civil a
promover os direitos fundamentais dos doentes de hanseníase.
Como faz todos
os anos nesta data, a Associação Italiana Amigos de Raoul Follerau (AIFO), que também
tem representantes no Brasil, esteve presente nas Praças italianas e em 30 paróquias,
oferecendo o “Mel da solidariedade”.
A cada dia no mundo, cerca de 700 pessoas
adoecem do Mal-de-Hansen. Segundo a Organização Mundial da saúde, em 2011 foram notificados
219 mil novos casos em 105 países. As situações mais graves são encontradas na Índia
e no Brasil.
A hanseníase, mal-de-Hansen ou Lepra, é uma doença infecciosa
causada pelo (também conhecida como bacilo-de-hansen). Afeta principalmente
o sistema nervoso e a pele, deixando profundas sequelas se não tratada.
O termo
Hanseníase foi introduzido no Brasil pelo Professor Titular da Universidade Federal
de São Paulo. É chamada de ‘a doença mais antiga do mundo’, afetando a humanidade
há pelo menos 4000 anos. Os primeiros registros da doença, que remontam a 1.350 a.C.,
foram encontrados no Egito. É uma doença endêmica (específica de uma região) em certos
países tropicais, em particular na Ásia.
A hanseníase é uma doença contagiosa,
que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra. Demora de
2 a 5 anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas. O portador de hanseníase
apresenta sinais e sintomas, o que facilita o diagnóstico. Pode atingir crianças,
adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso
e prolongado com a bactéria. Pode causar incapacidade ou deformidades, quando não
tratada ou tratada tardiamente. Mas tem cura. No Brasil, o tratamento geralmente é
fornecido pelo Sistema Único de Saúde. A Rádio Vaticano conversou com o Dr. Giovani
Gazzoli, médico patologista tropical, com especialização em hanseniologia e membro
da AIFO. Trabalhou no Brasil, em Salvador e Goiânia, em colaboração com a Secretaria
Estadual da Saúde. Ouça a entrevista: 00:20:43:75 (JE)