Santa Sé garante apoio à luta contra comércio de marfim. Ouça
Cidade do Vaticano (RV) - O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre
Federico Lombardi, divulgou uma carta datada de 22 de janeiro, com a qual responde
a uma reportagem da revista "National geographic" ("Ivory worship", outubro de 2012)
sobre o uso religioso do marfim.
Padre Lombardi afirma que jamais ouviu ou
leu uma palavra que encorajasse o uso do marfim para objetos de devoção. “Nunca houve
um encorajamento por parte da Igreja para usar o marfim, do mesmo modo como não existe
qualquer organização promovida ou encorajada pela Igreja Católica para o comércio
ou a importação do marfim. Além disso, acrescentou, não há nenhuma loja dentro do
Estado do Vaticano que venda objetos em marfim aos fiéis ou aos peregrinos.”
O
sacerdote jesuíta garante ainda que o Papa não oferece aos seus hóspedes objetos em
marfim e raramente os recebe e, neste caso, nunca se tratam de objetos religiosos.
"De
qualquer modo, estamos absolutamente convencidos de que o massacre dos elefantes seja
um caso gravíssimo", escreve o sacerdote jesuíta.
Padre Lombardi oferece a
colaboração da Santa Sé, como por exemplo envolver o Pontifício Conselho para a Justiça
e a Paz, encarregado de estudar os problemas relacionados ao meio ambiente, como também
a Rádio Vaticana, através de reportagens de aprofundamento sobre o tema.
"Os
animais foram confiados aos seres humanos para serem valorizados e protegidos como
um dom precioso recebido do Criador, e, portanto não devem ser destruídos nem tratados
com violência e exploração, mas sim tratados com grande responsabilidade também pelas
gerações futuras, que poderão continuar usufruindo desses bens essenciais e maravilhosos",
declara Padre Lombardi, lembrando todavia que os animais não têm certamente o nível
de dignidade do homem e, portanto, não desfrutam dos mesmos direitos das pessoas.
Nas
redes sociais, foi aberta uma petição para pedir um posicionamento público dos líderes
das principais religiões do mundo, incentivando seus fiéis a não utilizarem o marfim.
A esta petição aderiu a monja budista Doju Dinajara Freire, brasileira, responsável
pela Iniciativa Global de Mulheres pela Paz (Global Peace Iniciative of Women) na
Itália. Ela fala como as religiões podem contribuir para o fim deste comércio: