2013-01-21 13:37:17

ONU e Governo brasileiro implementam políticas em favor de afrodescendentes


Rio de Janeiro (RV) - A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 13 de dezembro último, resolução propondo o período de 2013 a 2022 como "A Década do Afrodescendente". Para a campanha ser proclamada oficialmente, o documento deverá ser ratificado pela Assembléia Geral das Nações Unidas. A intenção é aprofundar o debate sobre os direitos da população negra e contra o racismo e a discriminação racial.

A proposta da ONU vai de encontro aos dez anos de criação, no Brasil, da Secretaria das Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Segundo a Secretária de Políticas de Ações Afirmativas do órgão, Ângela Nascimento, neste período foram implantadas ações de política de igualdade racial nos estados e municípios, mas a participação política dos negros ainda precisa ser impulsionada, o que deverá ser feito através de um conjunto de propostas dentro do Programa de ações Afirmativas a ser lançado em breve.

O Coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Sociais (LAESER) do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ), Marcelo Paixão, salienta que, apesar da intensa participação nos movimentos sociais, a população negra não consegue eleger representantes. Segundo ele, para o movimento popular se apresentar no parlamento deveria ampliar a zona de alcance de um candidato para além daquele público específico, atingindo assim, um público que tem também outras preocupações. "O movimento negro se fortaleceu, mas a representação parlamentar não", afirmou.

Paixão defende que na vida política "deve haver uma representação proporcional à própria população", pois "todas as pessoas que fazem parte de um país tem contribuições a dar".

Para o coordenador "uma barreira para o acesso a um sistema de representação por conta de alguma característica como a cor da pele, sexo, sotaque, ou o que for, significa que se pode estar descartando pessoas boas no que fazem e isso acaba sendo uma perda para o país como um todo".

Segundo Paixão, uma solução para o problema poderia vir com a Reforma Política. A Assessora Política do Instituto de Estudos Sócio-econômicos (INESC), Eliane Graça, defende a inclusão de cotas raciais nas candidaturas, como já o corre com a participação feminina, proposta esta também defendida pela Deputada Benedita da Silva, para quem "a representação deve ser proporcional à população". "Direitos iguais com pessoas diferentes".

(Agência Brasil - JE)








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