In Amenas, Argelia - começam a ser conhecidos os números reais da tragédia
A tragédia no complexo de gás de In Amenas, no Sul da Argélia, é afinal muito maior
do que inicialmente se julgava. Com a confirmação de que os 25 corpos encontrados
no domingo são mesmo de reféns, o número de trabalhadores estrangeiros mortos sobe
para 48. Ao todo, terão morrido perto de oito dezenas de pessoas naquele que está
a ser considerado um dos piores sequestros de estrangeiros das últimas décadas, adiantou
à agência Reuters uma fonte das forças de segurança argelinas. Ainda há 20 reféns
desaparecidos. Entre os trabalhadores estrangeiros que morreram contam-se cidadãos
norte-americanos, britânicos, franceses, japoneses, noruegueses e ainda um romeno
e um filipino. No campo de In Amenas, no deserto do Saara, trabalhava também um francês
lusodescendente, que foi libertado durante o fim-de-semana. A mesma fonte disse
à Reuters que as forças argelinas capturaram seis militantes islamistas e que continuam
à procura dos outros que participaram no ataque àquele complexo de gás. Espera-se
agora que o primeiro-ministro argelino, Abdelmalek Sellal, adiante mais detalhes sobre
o que aconteceu numa conferência de imprensa marcada para esta segunda-feira. O
ataque e cerco ao complexo de In Amenas da passada quarta-feira foi reivindicado pelo
islamista Mokhtar Belmokhtar, que num vídeo difundido pelo site regional Sahara Media
disse tratar-se de uma operação da Al-Qaeda. Segundo Belmokhtar, 40 combatentes participaram
no ataque, para exigir o fim da operação francesa no Norte do Mali, que tinha começado
cinco dias antes. Na quinta-feira, o Exército argelino decidiu abrir fogo sobre
o complexo. Cerca de 700 trabalhadores argelinos e outra centena de estrangeiros conseguiram
escapar.