2013-01-21 19:16:37

Cardeal Ravasi explica escolha dos Salmos para exercícios espirituais da Quaresma


Cidade do Vaticano (RV) - Escolhi o Livro dos Salmos porque nele Deus e o homem estão em estreito diálogo. Em síntese, o Cardeal Gianfranco Ravasi explica desse modo a inspiração que deu origem às suas meditações com as quais conduzirá, no Vaticano, os exercícios espirituais da próxima Quaresma.

O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura pregará os exercícios espirituais ao Papa e à Cúria Romana, de 17 a 23 de fevereiro, a partir do tema "Ars orandi, ars credendi. O rosto de Deus e do homem na oração sálmica".

Em entrevista concedida à Rádio Vaticano, o purpurado explica como acolheu o convite do Santo Padre:

Cardeal Gianfranco Ravasi:- "Seguramente, a impressão é sempre de um pouco de emoção, embora, na verdade, durante as felicitações natalinas que dirigimos ao Papa, próximo do Natal, ao encontrar-me, Bento XVI tenha me pedido quase idealmente que estivesse contente por realizar esse ato porque – são palavras suas – "estou curioso para ver como desenvolverá um percurso bastante longo que é feito de 17 etapas". E essa curiosidade espiritual, humana, cultural é também, em certo sentido, algo que pode emocionar-me, mas que, por outro lado, sugere também uma espécie de dimensão de intimidade."

RV: "Ars orandi, ars credendi: o rosto de Deus e o rosto do homem na oração sálmica" foi o tema que o senhor escolheu para os exercícios espirituais. Por que quis concentrar-se justamente nos salmos?

Cardeal Gianfranco Ravasi:- "Pensei em muitas possibilidades. Depois pensei que justamente o Saltério poderia ser a representação perfeita do rosto de Deus e do rosto do homem. Dietrich Bonhöffer, o célebre teólogo mártir sob o nazismo, fez uma consideração muito curiosa a esse respeito. Diz: a Bíblia não é Palavra de Deus? E como, então, encontram-se nela os Salmos, que são orações e, portanto, evidentemente palavras do homem? Justamente para demonstrar que a revelação de Deus não é um solilóquio solitário de Deus no seu horizonte dourado, mas é um diálogo e no diálogo deve existir também a resposta. E a resposta é, talvez, justamente, a resposta que Deus espera de nós, porque colocou o sigilo da sua inspiração. Eis, por esse motivo – diria – que escolhi para o Ano da Fé, para falar da fé, justamente um livro em que Deus fala sobre a fé e, ao mesmo tempo, também o homem, que reage e responde com a sua fé." (RL)







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