2013-01-21 13:38:52

Bélgica: livro dá nome à vítimas de campo de concentração nazista


Bruxelas (RV) - Um livro lançado na Bélgica devolve o nome e a face de 3,6 mil prisioneiros de Breendonk, o único campo de concentração nazista em território Belga na II Guerra Mundial. Eram homens e mulheres, judeus e presos políticos. Mais da metade morreu ou executado ou em consequência dos maus tratos e das terríveis condições dos campos.

O Forte de Breendonk, situado entre Bruxelas e Antuérpia, foi um campo de trabalho forçado a partir de 1942 e local de passagem de prisioneiros rumo à Alemanha,

Na apresentação do livro "Os Prisioneiros de Breendonk 1940-1944", o autor Roger Coekelbergs, um dos poucos sobreviventes, disse que "era preciso lembrar a história de cada uma dessas pessoas". Ele teve a idéia de recopilar informações dos prisioneiros do campo, no final da guerra, mas sempre encontrou dificuldades em acessar dados oficiais.

Realizado em 2 anos pelos documentalistas Dimitri Roden e Tine Jorissen, sob a coordenação de Coekelbergs, o livro mostra o rosto de mais de 2 mil prisioneiros e identifica 3.589 vítimas. O lançamento do livro faz parte dos esforços da Bélgica para reconciliar-se com seu passado, marcado pela "permissividade" e mesmo apoio ao regime nazista.

Em abril de 2012, o primeiro-ministro da Bélgica, o socialista Elio di Rupo, reconheceu pela primeira vez de maneira oficial a responsabilidade das autoridades belgas na deportação de mais de 25 mil judeus e ciganos ao campo de extermínio nazista de Auschwitz, entre 1942 e 1944.

A fortificação de Breendonk, construída em 1906 para proteger o país de um eventual ataque da Alemanha, é hoje um dos símbolos europeus da luta pela liberdade e contra a opressão e o racismo, que a cada ano é visitado por mais de 35 mil estudantes para conhecer seu centro educativo e pedagógico. (JE)







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