2013-01-21 13:37:55

Brasil: fornecedor de "escravos modernos" para Europa


Brasília (RV) - O Brasil se tornou o maior “exportador de pessoas” da América Latina. E a Europa é o principal centro deste novo mercado escravagista do século XXI. Alemanha, Itália e Espanha constituem os países que mais recebem brasileiros “escravos”. Neste ano, o país deverá assumir a 2ª posição como país onde mais são julgados processos criminais referentes ao tráfico de seres humanos.

Na reportagem publicada pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, são relatadas histórias de pessoas de diferentes localidades do Brasil que, atraídas por promessas de bons empregos, acabaram sendo vendidas, virando mercadoria na mão de traficantes de seres humanos. Alguns trabalham nas ruas de Roma, outros em boates na Alemanha e Espanha. O mercado sexual é o que tem maior demanda dos "novos escravos". Em muitos casos, não é a intenção da pessoa, mas acaba se prostituindo por necessidade financeira e acaba por cair nas mãos de quadrilhas de mercadores de pessoas.

No levantamento realizado em outubro passado pela Secretaria Nacional de Justiça, em conjunto com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC), foi constatado que a cada cinco dias uma pessoa é vítima de tráfico no Brasil.

A CPI do tráfico de Pessoas do senado, finalizada em dezembro, listou 867 inquéritos instaurados pela Polícia federal sobre este tipo de crime nas duas últimas décadas.

O tráfico de pessoas é considerado crime, mesmo que a vítima seja conivente com a situação. A repressão é difícil, especialmente quando o destino é o exterior, porque nem sempre a vítima se dispõe ou tem a chance de delatar o algoz. A Delegada Diana Calazan Mann, da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, explica que "o fato de uma pessoa estar num país estranho, sem conhecer o idioma, aliado ao medo das autoridades, dificulta a repressão. O único elo de segurança passa a ser o explorador, a quem fica completamente à mercê, sofrendo humilhações e espancamento".
A Ministra da Secretaria dos Direitos humanos da Presidência, Maria do Rosário, lembra que o governo desenvolve o Plano Nacional de Enfrentamento ao tráfico de Pessoas, visando qualificar o combate ao crime, mas reconhece a necessidade de maior articulação com outros países e de maior apoio às vítimas, para que elas não se tornem também aliciadoras.

(Jornal Zero Hora - JE)







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