Santa Sé elogia iniciativa de Obama para conter uso de armas
Cidade do Vaticano (RV) – A Santa Sé recebeu positivamente a iniciativa do
presidente estadunidense, Barack Obama, para travar a violência decorrente do uso
de armas nos Estados Unidos, mas há ainda um longo caminho a se fazer.
Já em
sua primeira Mensagem para o Dia Mundial para a Paz (2006), Bento XVI denunciou firmemente
“o aumento preocupante das despesas militares” e o comércio de armas “cada vez mais
próspero”. Hoje, o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi,
em seu editorial semanal ‘Octava Dies’, reafirma que “as iniciativas anunciadas
pelo governo estadunidense para restringir e controlar a proliferação e o uso de armas
são certamente um passo na direção certa”.
O sacerdote estima que existem
cerca de 300 milhões de armas em circulação no país e que ninguém deve se iludir pensando
que bastaria limitar o número e o uso delas para impedir assassínios terríveis como
os de Newtown no futuro.
Recentemente, 47 líderes religiosos de várias confissões
e crenças dirigiram um apelo aos deputados pedindo uma restrição do uso de armas,
“que estão cobrando da sociedade um preço inaceitável em termos de tragédia e mortes
insensatas. Eu estou com eles” – escreve Pe. Lombardi.
“Por um lado, as
armas podem ser vistas como um instrumento de legítima defesa, mas por outro, são
certamente o principal instrumento de ameaças, violência e morte. Neste sentido, devemos
repetir incansavelmente nossos apelos pelo desarme; contrastar a produção, o comércio
e o contrabando de qualquer tipo de arma, que alimenta indignos interesses econômicos
e de poder. As armas são sempre demais no mundo. Como disse há alguns meses Bento
XVI, em vôo para o Líbano, estamos todos chocados com o que está acontecendo na Síria,
mas as armas continuam chegando lá. A paz nasce do coração, mas será mais fácil obtê-la
sem armas na mão” – conclui o jesuíta.
O Presidente Obama está tentando
obter o apoio para estabelecer a proibição da posse de armas de estilo militar e exigir
o controle de antecedentes para todas as vendas de armas de fogo, mas enfrenta enérgica
oposição no Congresso e de poderosos grupos lobistas. (CM)