Card. Koch: "é o ecumenismo da vida que nos conduz à unidade"
Cidade do Vaticano (RV) - “O ecumenismo da vida está nos conduzindo à comunhão:
Esta é a convicção do Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade
dos cristãos, Cardeal Kurt Koch, que falou a Rádio Vaticano por ocasião da Semana
de Oração pela Unidade dos Cristãos, que é celebrada de hoje até dia 28 com tema “O
que o Senhor exige de nós”, baseado no Livro do Profeta Miquéias. No Brasil esta semana
é celebrada entre Pentecostes e a Festa da Ascensão.
Cardeal Koch:
“Eu acredito que nos últimos 50 anos aconteceram muitas coisas. Aconteceram tantos
diálogos, nos aproximamos muito – penso de modo particular ao grandioso evento que
aconteceu pouco antes do fim do Concílio, quando as excomunhões entre a Igreja Católica
e a Ortodoxa foram esquecidas. Penso na grandiosa Declaração entre a Federação Luterana
Mundial e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos sobre a Doutrina
da Justificação, ou seja, exatamente um dos pontos que nos dividiu na época da reforma.
Junto a isto, ao mesmo tempo, se desenvolveu uma rede mundial de amizade ecumênica
e tenho para mim que este foi o mais importante, porque não serão os ‘documentos ecumênicos’
que nos conduzirão no futuro, mas a comunhão na vida. Porém, mesmo com tudo o que
fizemos, devemos admitir que a meta do ecumenismo ainda não foi alcançada: não encontramos
ainda a unidade e ainda tem muito trabalho para encontrá-la”.
Pergunta:
E em relação ao diálogo com os ortodoxos, uma das maiores dificuldades vem das divisões
dentro da própria ortodoxia....
Cardeal Koch: “Existe uma grande
Comissão Internacional formada pela Igreja Católica Romana e as Igrejas Ortodoxas,
da qual fazem parte delegações de quase todas as Igrejas – à exceção da Bulgária.
De fato, tem havido algumas tensões entre os ortodoxos; por isto acredito que seria
um evento importantíssimo, um eventual Sínodo pan-ortodoxo. Acompanho esta evolução
com grande simpatia, porque estou convencido que, se fosse possível realizar este
Sínodo, isto significaria uma grande ajuda também para o diálogo ecumênico conosco”.
Pergunta:
Qual o papel do Ano da Fé nesta semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Cardeal
Koch: “Creio que ocupa um papel central, porque o elemento base do ecumenismo
é a fé. O ecumenismo não é um acontecimento simplesmente diplomático ou político:
é uma questão de fé. E aquilo que mais nos une é o Batismo – reconhecido por todos
– e o Creio apostólico. Neste sentido, o Ano da fé é um grande desafio para encontrar
as raízes do ecumenismo, que se encontra justamente na fé”. (JE)