Car. Sarah abre plenária do Pontifício Conselho Cor Unum
Cidade do Vaticano (RV) – Teve início nesta quinta-feira, em Roma, a Plenária
do Pontifício Conselho Cor Unum, com o tema Caridade, nova ética e antropologia cristã.
Membros do Pontifício Conselho se reúnem periodicamente para refletir sobre questões
de relevo. Com este tema, esta Plenária foi alargada a outros organismos, de modo
a aprofundar algumas ideias que são determinantes para a promoção humana.
Em
entrevista ao jornal vaticano, L’Osservatore Romano, o Presidente do Pontifício Conselho,
Card. Robert Sarah, afirmou que, para ele, por ser africano, o tema da caridade é
muito especial, porque viveu esta dimensão “sobre a própria pele”.
“É
importante que a ação da caridade cristã não se deixe orientar e influenciar pela
ideologia laicista - não raro veiculada pelos grandes organismos internacionais –,
que tende a difundir em todas as culturas elementos como a contracepção e a ideologia
de gênero”, alertou Dom Sarah.
“O modelo de ética mundial - pensado por certos
organismos internacionais -, acaba condicionando fortemente estilos de vida de populações
inteiras”. “O instrumento usado - denuncia Sarah -, é aquele de uma presumível ajuda
financeira e tecnológica para o desenvolvimento, submetida, porém, a precisas condições
por parte dos doadores”. Caso típico é “aquele ligado à mentalidade contraceptiva
ocidental” e ao “desprezo do homem e da mulher criados à imagem e semelhança de Deus,
que encontram hoje lugar nas regras mundiais, como aqueles que se encontram na ideologia
do gênero do qual tanto se fala”.
O jornal ‘L´Osservatore Romano’ salientou
que “a estreita ligação entre a evangelização, a fé e a caridade de um lado e o confronto
entre a antropologia cristã e nova ética mundial por outro”, são temas para os quais
o Purpurado sempre demonstrou particular sensibilidade, também em função das experiências
vividas e amadurecidas na realidade africana”.
Por isso – prossegue o jornal
– a escolha em dedicar esta temática aos trabalhos da primeira plenária presidida
por ele, após a nomeação como Presidente do Pontifico Conselho Cor Unum em outubro
de 2010. Esta escolha é reforçada pela decisão de alargar a participação nos trabalhos
de todos no mundo que são chamados a levar a caridade cristã.
“Justamente para
eles – afirma o L´Osservatore – o cardeal expressou a sua maior preocupação pastoral,
isto é, a constatação da imposição aos países pobres de regras políticas e culturais
que transmitem ideologias e um laicismo agressivo, intolerante e destrutivo das culturas,
e sobretudo da fé, e que ameaçam culturalmente, politicamente e juridicamente a identidade
do homem e da mulher como pessoa e a sua maravilhosa complementaridade’. (JE)