Migrantes, peregrinos de fé e esperança, como Abraão: Papa no Angelus
Ao meio-dia, já da janela do seu apartamento, Bento XVI dirigiu-se, como todos os
domingos, aos fiéis congregados na Praça de São Pedro, assim como aos muitos mais
que o seguiam através dos diferentes meios de comunicação. E começou por observar
que com este domingo depois da Epifania se conclui o Tempo litúrgico do Natal: “tempo
de luz, a luz de Cristo que, como novo sol que surgiu no horizonte da humanidade,
afasta as trevas do mal e da ignorância”
Antes da recitação das Ave Marias,
concluindo uma breve catequese em que retomou de maneira concisa os pontos desenvolvidos
na homilia da Missa celebrada na Capela Sistina, Bento XVI referiu precisamente a
alegria de ter tido ocasião de batizar um grupo de crianças nascidas nos últimos três
ou quatro meses e dirigiu o seu pensamento a todos os bebés: “Neste momento quereria
estender a minha oração e a minha bênção a todos os recém-nascidos; mas sobretudo
convidar todos a fazerem memória do nosso Batismo, daquele renascimento espiritual
que nos abriu a via da vida eterna. Possa cada cristão, neste Ano da fé, redescobrir
a beleza de ter renascido do alto, do amor de Deus, e viver como filho de deus”.
O
Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que hoje se celebra, foi recordado expressamente
pelo Papa, após o Angelus, citando a mensagem divulgada para esta ocasião, em que
comparava as migrações a uma “peregrinação de fé e de esperança”. “Quem deixa
a própria terra, fá-lo porque espera num futuro melhor, mas fá-lo também porque confia
em Deus que guia os passos do homem, como Abraão. E é assim que os migrantes são portadores
de fé e de esperança”.
Bento XVI concluiu saudando e abençoando todos os
migrantes, antes de mais os que vivem e trabalham em Roma, confiando-os à proteção
de Santa Francisca Cabrini e do Beato João Batista Scalabrini – que tanto se dedicaram
à sua causa.