Haiti: ONU deve prosseguir com missão que realizava antes do terremoto
Cidade do Vaticano (RV) – O Haiti recorda neste sábado o terremoto que em
2010 devastou Porto Príncipe e outras cidades, deixando mais de 300 mil mortos e milhares
de feridos, totalizando mais de 1,5 milhões de pessoas atingidas.
O Secretário-Geral
adjunto para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous, afirmou nesta sexta-feira,
que três anos depois, o país voltou à situação que vivia antes do terremoto. Por isto,
a missão dos capacetes-azuis deve prosseguir com os objetivos que tinha no início”.
Em
coletiva de imprensa realizada em Porto Príncipe, o Secretário Adjunto explicou que
“entre 2010 e 2012 a prioridade foi responder à situação de emergência. Agora que
a situação mudou, retomamos o contexto anterior a 2010, quando realizávamos muitos
progressos”. O alto funcionário da ONU recordou que uma das tarefas da Missão das
Nações Unidas para a estabilização do Haiti (Minustah) estava ligada à área da segurança.
“Mesmo
não sendo perfeita a situação, a área da segurança melhorou” - destacou ele -, explicando
que "o objetivo agora é colocar as autoridades do Haiti em condições de assegurar
a manutenção da segurança. E também, de consolidar o estado de direito”. A intenção
é elevar o número de agentes de polícia de 10 mil para 16 mil, o que implica o desafio
de formar mil policiais ao ano.
“Também existem problemas políticos e de funcionamento
das instituições” – acrescentou Ladsous -, advertindo que as reformas jurídicas não
avançam como desejaria a ONU. Já o Presidente do Haiti, Michel Martelly, destacou
nesta sexta-feira os avanços obtidos no âmbito eleitoral, salientando o estabelecimento
do Conselho Eleitoral Permanente (CEP), que deverá organizar os comitês eleitorais
para as próximas eleições.
O alto funcionário da ONU destacou ainda a necessidade
de se realizar uma série de reformas legislativas no âmbito penal e social, assim
como a legislação sobre a lavagem de dinheiro. Ele afirmou ter pedido agilidade ao
Presidente do país. “Sem o estado de direito – advertiu -, não tem como investidores
estrangeiros virem ao Haiti”.
As Nações Unidas não podem investir no país,
porém podem criar condições para que investidores cheguem em muito maior número para
impulsionar um rápido desenvolvimento.
Por fim, o funcionário da ONU se referiu
à epidemia de cólera que atingiu o país, provocada possivelmente pelo contingente
de nepaleses da ONU. “A epidemia aconteceu e temos que enfrentá-la”, detalhando que
as Nações Unidas dedicaram 120 milhões de dólares para ações médicas de urgência
e obras de saneamento. (JE)