Lisboa (RV) - A liberdade religiosa é um direito dos cidadãos que não devem
ser impedidos da manifestar publicamente a sua fé, defende o Padre jesuíta Hermínio
Rico.
A convicção - informa o repórter Domingos Pinto da Rádio Renascença
- foi expressa, na última quarta-feira, na Universidade Católica, em Lisboa, no ciclo
de debates sobre as contribuições do Concílio Vaticano II, passados 50 anos da realização
do encontro no Vaticano.
“O direito à liberdade religiosa é um direito de
cada pessoa. Qualquer fé que tenha ou não tenha fé nenhuma, tem direito a não ser
incomodado nessa prática, não ser forçado a praticar religião nenhuma nem impedido
de manifestar publicamente a sua fé. O Estado não tem autoridade para interferir nestas
matérias”, defende o Padre Hermínio Rico.
Um avanço significativo impulsionado
pela declaração sobre a “Dignidade Humana”, proposta e aprovada pelo Concílio, um
passo em frente na forma como a liberdade religiosa era entendida no tempo conciliar,
sublinha o sacerdote.
Hermínio Rico defendeu ainda que o direito à liberdade
religiosa funda-se na dignidade da pessoa humana e deve ser preservado a partir do
equilíbrio entre a verdade e liberdade, um esforço que tem de ser feito com mais diálogo
da Igreja com o mundo.
Para o conferencista, a liberdade religiosa continua
a estar ameaçada em muitas partes do mundo e de muitas formas.
“Quando, por
exemplo, não se reconhece autoridade aos bispos para se pronunciarem sobre coisas
que tenham a ver com o bem-comum, político, social, económico de uma sociedade, é
de alguma maneira uma dificuldade de entendimento do que significa a liberdade religiosa”,
argumenta.
A exigência da liberdade religiosa, o tema em foco esta noite no
ciclo de debates para assinalar os 50 anos do Concilio Vaticano II. (SP-RR)