Uberaba (RV) - Dentro ainda do contexto do Natal, a liturgia da Igreja celebra
a Festa do Batismo do Senhor. O fato, conforme registra a Sagrada Escritura (Lc 3,21),
aconteceu no Rio Jordão, quando João Batista, o grande profeta da transição, batiza
muitas pessoas, entre elas o próprio Jesus Cristo, com o batismo de penitência.
No
cenário do batismo de Jesus fica registrada uma voz que dizia: “Tu és o meu filho
amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3, 22). Isto significa que Jesus vivenciou
todos os condicionamentos da pessoa humana num caminho de santidade e de compromisso
com o começo de uma missão já anunciada por João Batista.
O batismo é um mergulho,
que pode ser na água, mas no coração do mundo, porque ele provoca missão. Por aí deve
começar uma nova humanidade, ou a construção de um mundo novo e de uma fraternidade
sólida entre as pessoas. Assim podemos ser chamados também de filhos amados do Pai,
e chamá-Lo de “Abbá”.
Toda pessoa batizada deve ter um coração aquecido, que
arde com capacidade para despertar esperança na humanidade. Ser também agente de construção
de um mundo de harmonia e fraternidade. Isto pode acontecer mesmo no meio de qualquer
miséria, dor ou tentação. O importante é lutar por uma vida melhor e saudável.
Dificilmente
descobrimos a grandeza e as exigências do compromisso batismal. No batismo recebemos
a semente da fé, que deve ser cultivada no contexto dos relacionamentos e na construção
de um novo mundo. É dever de todos, especialmente dos batizados, trabalharem na busca
do bem e na preservação da natureza criada.
Pelo batismo tornamo-nos profetas,
anunciadores do Reino de Deus; sacerdotes, para construir a santidade; e rei, no sentido
de sermos administradores dos bens da vida. Antes de ser um peso sobre nós, o batismo
é um dom, uma vocação à fé comprometida com o projeto de Jesus Cristo. É nele que
ficamos habilitados para a missão de servir o povo, fazendo parte da grande família
dos filhos de Deus.