Nova York (RV) - A ONU alertou os membros do Conselho de Segurança para a grave
crise humanitária no Sudão do Sul, onde mais de 900 mil pessoas vivem em condições
"terríveis", devido ao conflito vivido no país.
Após explicar aos 15 membros
do Conselho de Segurança, o funcionário do Departamento de Coordenação de Assuntos
Humanitários da ONU (OCHA), John Ging, informou à imprensa que a situação humanitária
destas pessoas é realmente “terrível”. Ging explicou que 450 mil pessoas fugiram de
suas casas no estado de Kordofan do Sul e outras 230 mil em Nilo Azul, enquanto existem
205 mil refugiados na Etiópia e no Sudão do Sul.
O funcionário do Departamento,
pediu o apoio do Conselho de Segurança, pois as equipes de ajuda humanitária não tem
acesso à região devido à intensificação do conflito na fronteira entre Sudão e Sudão
do Sul. O Conselho poderia motivar ambas as partes envolvidas no conflito a abandonar
a retórica e permitir a chegada e distribuição de ajuda humanitária. O funcionário
ressaltou que a situação é urgente e ambas as partes não tem vontade política de facilitar
o acesso das agências da ONU, o que é “inaceitável”. Ele acrescentou que pessoas que
conseguiram fugir, relataram borbardeios aéreos e informaram que as pessoas estão
recorrendo a folhas e raízes para se alimentar.
O conflito na região envolve
os rebeldes do Movimento de Libertação do Povo do Sudão Norte (SPLM-Norte) - que diz
defender as minorias da região -, e o governo sudanês, que acusa este grupo de atuar
sob as ordens do Sudão do Sul.
O Sudão do Sul se tornou independente em julho
de 2011, mas desde então os dois países vem mantendo enfrentamentos políticos e militares
na fronteira entre os dois territórios. (JE)