Cardeal Sandri: "As divisões não sejam obstáculos ao sonho cristão de paz"
Cairo (RV) - O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo
Sandri, encontra-se em visita pastoral às comunidades católicas do Egito.
O
purpurado proferiu, nesta terça-feira, a homilia na capela da nunciatura apostólica
de Alexandria, durante a celebração da Liturgia Divina em rito copta por ocasião do
centenário de fundação da Congregação das Irmãs Egípcias do Sagrado Coração de Jesus.
O
Cardeal Sandri destacou o testemunho, dedicação e trabalho das religiosas no Egito,
"terra rica de história e tradição, onde teve início e se difundiu a experiência do
monaquismo".
"A sociedade de hoje é certamente diferente da de cem anos atrás,
mas queridas irmãs basta olhar para o lugar em que teve origem a sua missão: o Egito,
terra hospitaleira que acolheu o Menino Jesus, a fim de encontrar novas formas de
caridade solicitadas pela situação. Acolham o Senhor hoje, como ontem naqueles que
vocês encontram nas estradas do mundo, com a mesma dedicação e compromisso".
Segundo
o purpurado, as Irmãs Egípcias do Sagrado Coração de Jesus sempre buscaram a unidade
num contexto de experiências e percursos diferentes. "O centenário encarna a plenitude
dessa riqueza, bem evidenciada no Natal, na noite santa em que Cristo responde às
expectativas da humanidade na revelação do Emanuel, o Filho de Deus que se fez homem,
e na Epifania como manifestação da realeza divina de Cristo ao mundo" – frisou ele.
Ao
longo desses anos as religiosas testemunharam a fé e a caridade na Igreja e na sociedade,
através da presença silenciosa e do zelo apostólico, prontas ao diálogo e acolhimento.
Na missa presidida nesta segunda-feira no Vicariato Latino de Alexandria,
o Cardeal Sandri refletiu sobre a importância da conversão e destacou que as comunidades
cristãs no Egito e no Oriente Médio não foram poupadas de provações, sofrimentos,
divisões internas e externas, e do diálogo por vezes tenso, mas sempre a ser renovado
com as instituições. "Todavia, não devemos considerar esses desafios como um obstáculo
ao sonho cristão de paz e salvação" – concluiu o purpurado. (MJ)