Cidade do
Vaticano (RV) - Nestes dias, o Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Mauro
Piacenza, escreveu uma mensagem a todas as mães de sacerdotes, seminaristas e a todas
que exercem com eles o dom da maternidade espiritual. A mensagem intitulada “Causa
nostrae Letitiae – Causa da nossa alegria” nos dá a ocasião de refletirmos sobre a
vocação da Mãe do Padre. É sabidamente conhecido por nós, a alegria, a satisfação
de uma mãe quando seu filho é chamado para trabalhar com um presidente da República,
ou até mesmo ter uma função de destaque junto a um ministro. Essa “glória” excede
quando o próprio filho é galgado pelo voto popular a ser o chefe da nação, ou mesmo
a ser o primeiro cidadão de um importante município. No caso do sacerdócio, infelizmente,
muitas mães recebem a notícia com grande tristeza e a separação e a solidão do filho,
o fato de não lhe dar netos, tudo isso ofusca a grandeza do chamado. Fica-se no periférico
e o absolutiza como se essas coisas só ocorressem no sacerdócio. Ela esquece que
seu filho é chamado a ser ministro do Filho de Deus, a falar e agir em Seu nome e
que privilégio mais sublime não existe. É claro que não se deve olhar para o sacerdócio
do filho através do prisma do privilégio e do prestígio que poderá vir a ter. O sacerdócio
é, antes de tudo, doação, sacrifício, entregar-se incondicionalmente, por amor, a
serviço de Deus e dos irmãos. Ela também pode ouvir como dirigida a seu filho,
as palavras que disseram de Maria: “Bem-aventurados os seios que te amamentaram!”
Por outro lado, também é para ela, a frase de Jesus: “Antes, bem-aventurados os que
ouviram a Palavra de Deus e a colocaram em prática!” Se o filho foi chamado pelo
Senhor e ouviu Sua voz, o mérito é em grande parte dela, que soube bem educar o fruto
de seu ventre e teve a honra de vê-lo chamado pelo Cristo para ser seu íntimo colaborador.
Sua atitude deveria ser a do despojamento de Ana, mãe de Samuel, que, profundamente
grata, o entrega para o serviço do Senhor. Cada homem tem sua missão, sua tarefa
na sociedade e na Igreja. A frase famosa “Atrás de um grande homem, existe uma grande
mulher” não se restringe à esposa desse homem, pois ela já o conheceu formado, com
a personalidade definida. Sua grandeza está em colaborar para que o trabalho da sogra
seja continuado e dinamizado. Quem trabalhou, preparando o terreno, colocando a boa
semente, foi a mãe, juntamente com seu marido, desde os primeiros momentos de vida
da criança. No caso da Mãe do Padre, semeando o amor a Deus, o valor da fraternidade,
o sentido da luta pela justiça, o valor da renúncia e do sacrifício, a disponibilidade
para liderar. Portanto, chamar alguém de “A Mãe do Padre” é dizer dessa mulher
toda a grandeza e beleza que o ser humano pode portar, porque ela foi feliz na formação
de um homem, que, livremente, aceitou entregar sua vida ao Senhor, colocando-se a
serviço de todos.