2013-01-03 15:21:01

Irmão John, de Taizé, fala do Encontro de Roma


Concluiu-se ontem, 2 de janeiro, em Roma, o Encontro europeu dos jovens organizado pela comunidade ecuménica de Taizé. Emanuela Campanile perguntou ao Irmão John o significado desta nova etapa da "Peregrinação de confiança através da terra". RealAudioMP3
R. – Quando os jovens começaram a vir até nós, em Taizé, o Irmão Roger, nosso fundador, não queria que esta fosse apenas uma bela experiência, um evento, mas que tivesse continuidade. Portanto, é este o objectivo: criar esta confiança em Deus que nos permite viver a confiança entre nós, ser testemunhas de um mundo melhor e ser co-responsáveis da Igreja; ajudar os jovens a viverem uma fé madura e a reunirem-se para além de todas as barreiras existentes.

– No segundo dia do encontro europeu, 45.000 jovens - ortodoxos, católicos e protestantes - reuniram-se na Praça de São Pedro para uma oração comum com o Papa Bento XVI. A saudação do Irmão Aloïs ao Santo Padre também se refere aos cristãos reconciliados, como testemunhas da paz. O que significa ser cristão reconciliado?
R. – Significa não esperar que haja o dia de uma eventual reunião das Igrejas, mas iniciar já dentro de si, no próprio coração, a reconciliar-se com os outros. Isto significa para os cristãos compreender os dons das outras tradições, e colocá-las na própria fé. E nós tentamos viver isto em Taizé. Acho que cada qual pode fazer este passo dentro de si e isto prepara a Igreja reconciliada de amanhã.

– O Papa, respondendo obviamente a esta saudação do Irmão Alois, lembrou que é a quarta vez que a comunidade de Taizé realiza um encontro europeu em Roma. Qual foi o fio condutor comum destes encontros romanos de Taizé?
R. – Acho que é a descoberta dos lugares importantes da fé. Por exemplo, eu estive presente em todos os quatro encontros de Roma. No primeiro encontro houve a visita às catacumbas e naquela ocasião fizemos passar todos os jovens pelas catacumbas. Este ano não vai ser possível fazê-lo para todos. Parece-me, contudo, importante que redescubram as raízes da fé em Jesus Cristo, vivida pelos cristãos de Roma há dois mil anos.

– Convém lembrar que a Comunidade de Taizé não deseja organizar um movimento de jovens em torno de si. Expliquemo-lo bem. Procura, pelo contrário, acompanhar os rapazes no aprofundamento da fé e, talvez, incentivá-los a se engajar na Igreja e em particular nas suas paróquias, porque, afinal, é mesmo lá onde se torna mais saboroso o sal ...
R. – Exactamente isso, esta é a nossa linha: ajudar os jovens a ser fermento lá onde eles se encontram: nas paróquias, nas igrejas, nos grupos e nos movimentos.

– Muitos dos jovens que vieram aqui em Roma, foram recebidos por famílias romanas. Roma abriu realmente as suas portas?
R. – Muitos foram acolhidos também nas comunidades religiosas, que é uma coisa específica de Roma. Quem teve a sorte de estar nas famílias e nas comunidades recebeu um acolhimento belíssimo, porque os romanos são muito acolhedores, sobretudo quando vêem as pessoas. Antes, talvez, existe um pouco de suspeita - "Que língua podemos falar? Não nos vamos entender "- mas uma vez que vêem as pessoas, se apercebem que é muito simples e tudo se torna fácil.

Concluído este trigésimo quinto Encontro Europeu dos jovens, organizado pela Comunidade de Taizé, uma delegação de 100 jovens provenientes de variados países, com alguns Irmãos e o Prior da Comunidade seguiram hoje de Roma para Istambul, na Turquia, onde permanecerão até ao próximo domingo, para ali celebrarem a festa da Epifania.








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