Concluiu-se ontem, 2 de janeiro, em Roma, o Encontro europeu dos jovens organizado
pela comunidade ecuménica de Taizé. Emanuela Campanile perguntou ao Irmão John o significado
desta nova etapa da "Peregrinação de confiança através da terra". R. – Quando os
jovens começaram a vir até nós, em Taizé, o Irmão Roger, nosso fundador, não queria
que esta fosse apenas uma bela experiência, um evento, mas que tivesse continuidade.
Portanto, é este o objectivo: criar esta confiança em Deus que nos permite viver a
confiança entre nós, ser testemunhas de um mundo melhor e ser co-responsáveis da Igreja;
ajudar os jovens a viverem uma fé madura e a reunirem-se para além de todas as barreiras
existentes.
– No segundo dia do encontro europeu, 45.000 jovens - ortodoxos,
católicos e protestantes - reuniram-se na Praça de São Pedro para uma oração comum
com o Papa Bento XVI. A saudação do Irmão Aloïs ao Santo Padre também se refere aos
cristãos reconciliados, como testemunhas da paz. O que significa ser cristão reconciliado? R.
– Significa não esperar que haja o dia de uma eventual reunião das Igrejas, mas iniciar
já dentro de si, no próprio coração, a reconciliar-se com os outros. Isto significa
para os cristãos compreender os dons das outras tradições, e colocá-las na própria
fé. E nós tentamos viver isto em Taizé. Acho que cada qual pode fazer este passo dentro
de si e isto prepara a Igreja reconciliada de amanhã.
– O Papa, respondendo
obviamente a esta saudação do Irmão Alois, lembrou que é a quarta vez que a comunidade
de Taizé realiza um encontro europeu em Roma. Qual foi o fio condutor comum destes
encontros romanos de Taizé? R. – Acho que é a descoberta dos lugares importantes
da fé. Por exemplo, eu estive presente em todos os quatro encontros de Roma. No primeiro
encontro houve a visita às catacumbas e naquela ocasião fizemos passar todos os jovens
pelas catacumbas. Este ano não vai ser possível fazê-lo para todos. Parece-me, contudo,
importante que redescubram as raízes da fé em Jesus Cristo, vivida pelos cristãos
de Roma há dois mil anos.
– Convém lembrar que a Comunidade de Taizé não deseja
organizar um movimento de jovens em torno de si. Expliquemo-lo bem. Procura, pelo
contrário, acompanhar os rapazes no aprofundamento da fé e, talvez, incentivá-los
a se engajar na Igreja e em particular nas suas paróquias, porque, afinal, é mesmo
lá onde se torna mais saboroso o sal ... R. – Exactamente isso, esta é a nossa
linha: ajudar os jovens a ser fermento lá onde eles se encontram: nas paróquias, nas
igrejas, nos grupos e nos movimentos.
– Muitos dos jovens que vieram aqui em
Roma, foram recebidos por famílias romanas. Roma abriu realmente as suas portas? R.
– Muitos foram acolhidos também nas comunidades religiosas, que é uma coisa específica
de Roma. Quem teve a sorte de estar nas famílias e nas comunidades recebeu um acolhimento
belíssimo, porque os romanos são muito acolhedores, sobretudo quando vêem as pessoas.
Antes, talvez, existe um pouco de suspeita - "Que língua podemos falar? Não nos vamos
entender "- mas uma vez que vêem as pessoas, se apercebem que é muito simples e tudo
se torna fácil.
Concluído este trigésimo quinto Encontro Europeu dos jovens,
organizado pela Comunidade de Taizé, uma delegação de 100 jovens provenientes de variados
países, com alguns Irmãos e o Prior da Comunidade seguiram hoje de Roma para Istambul,
na Turquia, onde permanecerão até ao próximo domingo, para ali celebrarem a festa
da Epifania.