Taizé: próxima "peregrinação de confiança" terá lugar em Estrasburgo
Estrasburgo, sede do Parlamento Europeu, do Conselho da Europa e do Tribunal Europeu
dos Direitos Humanos acolherá, no final de 2014, a próxima "Peregrinação de Confiança
através da Terra", organizada pela Comunidade de Taizé. Quem o anunciou foi o Irmão
Alois, prior da Comunidade, lembrando que Estrasburgo é uma cidade "na fronteira entre
dois Países, uma cidade símbolo da reconciliação na Europa, um símbolo de uma Europa
aberta e solidária". No momento do anúncio – informa a agência de notícias SIR - estavam
presentes o arcebispo da diocese, Dom Jean-Pierre Grallet e o prefeito da cidade,
Roland Ries. O Irmão Alois recordou também o encontro do dia anterior com o Papa na
Praça de São Pedro, sublinhando que "a oração com o Papa Bento XVI permanecerá gravada
na nossa memória como uma luz que nos ajudar a ir para frente". Entretanto, termina
hoje o encontro europeu dos jovens organizado em Roma pela comunidade ecuménica de
Taizé. A chegada na capital, o encontro com o Papa, os momentos de oração e a visita
aos lugares sagrados revelaram aos 45 mil participantes, o rosto e o coração do Cristianismo.
Nas palavras do Irmão John, o significado desta nova etapa da "Peregrinação de confiança
através da terra" iniciada há 35 anos (Entrevista é de Emanuela Campanile). R.
– Quando os jovens começaram a vir a nós em Taizé, o Irmão Roger, nosso fundador,
não queria que esta fosse apenas uma bela experiência, um evento, mas que tivesse
continuidade. Portanto, é este o objectivo: criar esta confiança em Deus que nos permite
viver a confiança entre nós, ser testemunhas de um mundo melhor e ser co-responsáveis
da Igreja; ajudar os jovens a viver uma fé madura e reunir-se para além de todas
as barreiras existentes. D. – No segundo dia do encontro europeu, 45 000 jovens
ortodoxos, católicos e protestantes reuniram-se na Praça de São Pedro para uma oração
comum com o Papa Bento XVI. A saudação do Irmão Alois ao Santo Padre também se refere
aos cristãos reconciliados, como testemunhas da paz. O que significa ser cristão reconciliado? R.
– Significa não esperar que haja o dia de uma eventual reunião das Igrejas, mas iniciar
já dentro de si, no próprio coração, a reconciliar-se com os outros. Isto significa
para os cristãos compreender os dons das outras tradições, e colocá-las na própria
fé. E nós tentamos viver isto em Taizé. Acho que cada qual pode fazer este passo dentro
de si e isto prepara a Igreja reconciliada de amanhã. D. – O Papa, respondendo
obviamente a esta saudação do Irmão Alois, lembrou que é a quarta vez que a comunidade
de Taizé realiza um encontro europeu em Roma. Qual é o fio condutor comum destes encontros
romanos de Taizé? R. – Acho que é a descoberta dos lugares importantes da fé. Por
exemplo, eu estive presente em todos os quatro encontros de Roma. No primeiro encontro
houve a visita às catacumbas e naquela ocasião fizemos passar todos os jovens pelas
catacumbas. Este ano não vai ser possível fazê-lo para todos. Parece-me, contudo,
importante que redescubram as raízes da fé em Jesus Cristo, vivida pelos cristãos
de Roma há dois mil anos. D. – Eu gostaria de lembrar que a Comunidade de Taizé
não deseja organizar um movimento de jovens em torno de si. Expliquemo-lo bem. Procura,
pelo contrário, acompanhar os rapazes no aprofundamento da fé e, talvez, incentivá-los
a se engajar na Igreja e em particular nas suas paróquias, porque, afinal, é mesmo
lá onde se torna mais saboroso o sal ... R. – Exactamente isso, esta é a nossa
linha: ajudar os jovens a ser fermento lá onde eles se encontram: nas paróquias, nas
igrejas, nos grupos e nos movimentos. D. – Muitos dos jovens que vieram aqui em
Roma, foram recebidos por famílias romanas. Roma abriu realmente os seus braços? R.
– E também muitos nas comunidades religiosas, que é uma coisa específica de Roma,
dada a existência de todas estas comunidades de religiosas. Quem teve a sorte de estar
nas famílias e nas comunidades recebeu um acolhimento belíssimo, porque os romanos
são muito acolhedores, sobretudo quando vêem as pessoas. Antes, talvez, existe um
pouco de suspeita - "Que língua podemos falar? Não nos vamos entender "- mas uma vez
que vêem as pessoas, se apercebem que é muito simples e tudo se torna fácil.