Bento XVI na Solenidade da Mãe de Deus: "O homem é feito para a paz, que é dom de
Deus"
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Bento XVI celebrou na manhã deste 1º dia de
2013, na Basílica de São Pedro, a Missa da Solenidade de Maria Santíssima, a Santa
Mãe de Deus.
No início de sua homilia, o Santo Padre destacou como “é particularmente
significativo que no início de cada novo ano Deus projeta sobre nós, seu povo, a luminosidade
de seu santo Nome que é pronunciado três vezes na solene fórmula da bênção bíblica.
E não menos significativo é que ao Verbo de Deus – que <> como a <> – seja dado oito
dias após o seu natal – como nos narra o Evangelho de hoje – o nome de Jesus”. "É
por este nome que estamos aqui reunidos.”
Após, Bento XVI saudou os presentes,
começando pelos Embaixadores do Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, seguido
por seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone. Ao Cardeal Turkson e a todos
os componentes do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz agradeceu pelo empenho em
difundir a Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que este ano tem como tema “Bem-aventurados
os construtores de paz".
Falando sobre a inspiração para a Mensagem do Dia
Mundial da Paz deste ano, baseada no Evangelho de São Mateus ‘Bem-aventurados os que
promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus’, explicou o Santo Padre: “infelizmente,
apesar de o mundo ainda estar marcado por ‘focos de tensão e de conflitos causados
pelas crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo prevalecimento de uma mentalidade
egoísta e individualista expressa inclusive por um capitalismo financeiro desregulado’,
bem como por diferentes formas de terrorismo e de criminalidade, tenho a convicção
de que ‘as multíplices obras de paz, das quais o mundo é rico, testemunham a inata
vocação da humanidade à paz. Em toda pessoa o desejo de paz é aspiração essencial
e coincide, de certo modo, com o desejo de uma vida plena, feliz e bem realizada.
O homem é feito para a paz que é dom de Deus”.
E acrescenta: “a bem-aventurança
diz que ‘a paz é dom messiânico e obra humana ao mesmo tempo. É paz com Deus, no viver
segundo a sua vontade. É paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo
e com toda a criação’. Sim, a paz é o bem por excelência a ser invocado como dom de
Deus e, ao mesmo tempo, a ser construída com todo esforço”.
Ao meditar sobre
o fundamento, a origem e a raiz desta paz, Bento XVI destaca a figura de Maria, que
permaneceu inabalável diante de tantas dificuldades: “Como podemos sentir a paz em
nós, apesar dos problemas, das obscuridades, das angústias? A resposta nos é dada
pelas Leituras da liturgia de hoje. Os textos bíblicos, sobretudo o texto extraído
do Evangelho de Lucas, pouco antes proclamado, nos propõem contemplar a paz interior
de Maria, a Mãe de Jesus. Cumprem-se para ela, durante os dias em que <>, muitos eventos imprevistos: não somente o nascimento do
Filho, mas antes a viagem cansativa de Nazaré a Belém, o não encontrar lugar no alojamento,
a busca fortuita de um refúgio durante a noite; e depois o canto dos anjos e a visita
inesperada dos pastores. Em tudo isso, porém, Maria não se perturba, não se agita,
não fica transtornada com os fatos maiores do que ela; simplesmente pondera, em silêncio,
o que acontece, guarda-o em sua memória e em seu coração, refletindo sobre eles com
calma e serenidade”.
E ressalta o Santo Padre: “Essa é a paz interior que
queremos ter em meio aos eventos por vezes tumultuados e confusos da história, eventos
dos quais muitas vezes não entendemos o sentido e que nos desconcertam”.