O Presidente do Egito, Mohamed Morsi fez uma declaração ao país através da televisão
após ter assinado a nova constituição. Considerou que "os resultados foram devidamente
controlados por organismos judiciários e o referendo foi transparente". O 'sim' venceu
por 63,8% dos votos no referendo que questionava o povo egípcio sobre a nova Constituição.
Os resultados foram anunciados pela comissão eleitoral. As eleições terão lugar dentro
de dois meses.
O referendo constitucional levantou intensas polémicas e conflitos.
Os críticos afirmam que o novo documento vai contra os princípios revolucionários
que levaram à queda de Hosni Mubarak em Fevereiro do ano passado, pondo fim a 30 anos
de ditadura, enquanto os defensores do actual presidente, o islamita Mohammed Morsi,
o encaram como o caminho certo para a estabilidade e a consolidação da democracia.
A
oposição acusa o Presidente Morsi de querer beneficiar a Irmandade Muçulmana, movimento
islâmico ao qual pertence, e de não salvaguardar os direitos das mulheres e dos cristãos,
que, segundo dados da BBC, representam uma fatia de 10% da população egípcia. Entre
os 52 milhões de eleitores egípcios apenas 32,9% se dirigiram às urnas, tendo a abstenção
atingido valores muito elevados, declarou o Presidente da comissão eleitoral, Samir
Abul Maati, numa conferência de imprensa do Cairo. A oposição já fala em fraude eleitoral,
mas Maati rejeitou qualquer acusação.