Mártires de Otranto convidam-nos a sermos testemunhas críveis do Evangelho, diz Arcebispo
Donato Negro
Cidade do Vaticano (RV) - Há grande expectativa na Arquidiocese de Otranto
para a canonização dos Mártires da cidadezinha da região italiana da Puglia.
Trata-se
Antônio Primaldo e companheiros, mais de 800, assassinados por ódio à fé durante o
assédio turco da cidade em 1480. Nesta quinta-feira o Santo Padre autorizou a Congregação
das Causas dos Santos a promulgar os Decretos a eles relacionados.
A Rádio
Vaticano entrevistou o arcebispo de Otranto, Dom Donato Negro, que nos disse como
o martírio desses 800 futuros santos condicionou a vida e a história desta arquidiocese:
Dom
Donato Negro:- "Eles são as testemunhas da fé e, portanto, são um impulso a toda
a comunidade a amadurecer e a crescer na fé e a tornar-se testemunha crível do Evangelho,
no hoje da nossa história. Foi um martírio de massa: oitocentos homens deram a vida
pela fidelidade ao Evangelho. Portanto, a nova evangelização aqui está no sangue,
nas veias desta Igreja: justamente porque temos aqueles que evangelizaram dando a
vida com o testemunho, que é o primeiro passo da verdadeira evangelização."
RV:
Quando João Paulo II visitou Otranto em 5 de outubro de 1980, falando sobre o martírio
destes 800 discípulos de Cristo, disse: "O martírio é uma grande prova. Num certo
sentido, é a prova definitiva e radical". São palavras, hoje, de uma atualidade muito
forte...
Dom Donato Negro:- "De fato, são de grande atualidade!
Num contexto de indiferença religiosa, João Paulo II fez um discurso extraordinário,
sobretudo aos jovens. Perguntou-lhes: "Hoje, vocês estão dispostos a repetir com plena
convicção e consciência as palavras dos Beatos mártires? Aí está tudo. Estes dias
refleti sobre uma coincidência muito bonita: o fato de o milagre por intercessão dos
mártires em favor de uma irmã – uma religiosa Clarissa – ter-se verificado poucos
meses antes da vinda do Papa. Este sinal deu-se quase como um fio da Providência,
e depois veio o Papa para venerar também os mártires, quase como uma forma de canonização.
Tudo isso foi muito bonito." (RL)