Genebra (RV) - No Haiti 360 mil pessoas continuam a viver em 496 campos de
refugiados, quase três anos após um terremoto ter matado 230 mil pessoas e deixado
mais de um milhão sem moradia. É o que revela um relatório divulgado nesta sexta-feira
em Genebra pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A maioria
das organizações que prestavam auxílio nos campos foi obrigada a abandonar o País
por falta de recursos, alerta o organismo. “A falta de moradias e o desemprego tornam
necessária uma assistência contínua para colocar um fim à emergência dos sem-teto”,
adverte. O relatório também revela que 90% dos refugiados nos campos não tem condições
de pagar aluguel.
O governo do Haiti lançou em 2011 um plano para favorecer
a saída dos refugiados dos campos. Até agora mais de 158 mil famílias (cerca de 630
mil pessoas) conseguiram encontrar outra moradia, enquanto 90 mil núcleos familiares
(cerca de 400 mil pessoas) estão ainda aguardando auxílio para deixar os campos. 58%
dos moradores dos campos de refugiados estão desempregados e muitas das casas são
habitadas por famílias com dificuldades econômicas.
Na conclusão da apresentação
do Relatório, a Organização para as Migrações enfatizou a necessidade de o Haiti não
ser abandonado pela comunidade internacional, pois ainda existem milhares de pessoas
necessitadas de um apoio. (JE)