Sadako Sasaki, uma história de ternura e esperança
Tóquio (RV)
- Amigos e amigas que ouvem o Programa Brasileiro, é com esperança de paz que os saúdo
fraternalmente.
Causa muita preocupação, quando as experiências vividas por
crianças inocentes não questionam as mentes dos adultos. A história da menina Sadako
Sasaki continua a intrigar o mundo dos grandes, mas ainda nos resta muito caminho
para construir a paz.
Sadako era filha de uma família que operava uma barbearia
em Hiroshima. Ia completar dois anos quando, na hora do café da manhã, no dia 6 de
agosto de 1945, todos foram surpreendidos por um clarão ofuscante seguido de uma explosão.
Era a bomba nuclear detonada sobre a cidade de Hiroshima. A casa ruiu. Sadako e os
outros foram jogados ao chão. Alguns ficaram feridos. Sadako nada sofreu no momento.
Vivia uma infância feliz. Era bonita, forte, sensível e boa estudante. Chegou a ser
a mais veloz na corrida de revezamento do bastão. Tinha doze anos quando num belo
dia, muito cansada, caiu ao chão enquanto treinava. Levaram-na ao hospital. Foi constatado
que tinha leucemia, a "Doença da Bomba”, como era conhecida na época, desenvolvida
pela exposição à radiação.
Foi internada no Hospital da Cruz Vermelha em Nagoya.
A doença progredia. Em agosto de 1955, residentes de Nagoya, enviaram para ela e os
demais doentes, origamis coloridos em forma de garça, tsuru em japonês, desejando-lhes
melhoras. Sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto, trouxe-lhe um origami dizendo que se
confeccionasse 1000 garças ela melhoraria. Encheu-se de esperança e acatou a ideia.
Decididamente, pôs mãos à obra, pois tinha um desejo forte de viver. Dedicava-se tanto
que seu pai lhe dizia: ”Se você continua nesse ritmo, vai ficar exausta". Ela simplesmente
respondia: “Está bem! Está bem! Eu tenho um plano”. Além dos papéis que as colegas
lhe traziam, aproveitava receitas e bulas de remédios para transformá-los em figuras
de garças. A cada uma dizia: ”Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo
inteiro”.
A doença foi implacável com Sadako. Não teve forças e tempo para
fazer 1.000 garças. Aos 25 de outubro de 1955, depois de fazer 646 garças de papel,
rodeada de seus familiares, dormiu placidamente pela última vez. Seus colegas completaram
as 354 garças que faltavam, para serem enterradas com seu corpo.
Seus amigos
iniciaram uma campanha para arrecadar fundos e construir um monumento, em sua memória,
no Parque da Paz. Teve a participação de 3.100 escolas do Japão e de mais nove países.
Na base do monumento, gravaram as palavras: “Este é o nosso grito. Esta é a nossa
prece. Paz no mundo”.
Deixemos que Sadako escreva em nossas consciências:
”Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo inteiro”.
Missionário
Olmes Milani CS Do Japão para a Rádio Vaticano