2012-12-19 18:38:06

Como viver o Natal na Terra Santa?


Jerusalém (RV) - Para as comunidades cristãs do Oriente Médio também o próximo Natal será vivido em meio a tensões. Às históricas e graves situações políticas da região se somam o conflito na Síria, os protestos no Egito, os confrontos em Gaza e o recrudescimento da violência no Iraque.

A emergência política, social e humanitária vivida na região motivou os Bispos das Igrejas Católicas do Oriente Médio a lançar um apelo no início deste mês, conclamando as populações à paz e à reconciliação para garantir a todos a liberdade e a tutela da dignidade humana. Líderes religiosos também exortaram os cristãos a não abandonarem as suas terras de origem, mas para ter uma presença ativa na sociedade árabe.

Dentro deste contexto, a Agência SIR conversou com o Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa, sobre a vivência do Natal. Ele recordou que "o Natal é nascimento" e por isto, acredita que a resposta para a pergunta sobre a forma como este deva ser vivido, está “na capacidade e na disposição de se recomeçar tudo do início, de renascer, sem se deixar dominar pelo desconforto, pela idéia de que tudo tenha acabado ou que nunca mudará. Devemos retomar a estrada da esperança para sermos pedra viva nesta terra em que fomos chamados a viver”.
Falando sobre a situação vivida pelos cristão no Oriente Médio, Padre Pizzaballa alerta que “ir embora não é a solução”. “A decisão de permanecer nesta terra passa pela tomada de uma nova consciência. É uma missão que nos convida a nos inserirmos na realidade”.

O Custódio da Terrra Santa destaca que mesmo em minoria, os cristãos devem se esforçar para dialogar com todas as realidades sociais que existem, em especial com os moderados, buscando a abordagem de temas como a cidadania, os direitos humanos, a vida, a tolerância, a liberdade. “Devemos unir nossa voz à deles e àquela da comunidade internacional. Nós não temos alternativa senão nos aliarmos com as forças positivas e moderadas da sociedade. Isto é indispensável”.

Referindo-se à situação na Síria, Pizzaballa reconheceu que “sob as bombas é difcil falar de Natal”. Porém, recorda que “sob cada ruína existe sempre um renascimento”.

Em sua mensagem de Natal, ele recorda que “o sofrimento e a dor existem, mas que devemos ter a consciência que somos filhos do Deus que se encarnou e que nos dá forças para viver nesta situação. Sobretudo ele dá a serenidade necessária aos jovens e crianças para que possam pensar num futuro diferente. O pior – afirma - seria viver sem esperança acreditando que um futuro melhor não é posível” (JE)








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