No âmbito da campanha "Por que pobreza?" Dicastério vaticano auxilia necessitados
do Sahel
Cidade do Vaticano (RV) - Na campanha “Por que Pobreza?”, da União Européia
de Radiodifusão, não faltou a ajuda da Igreja, através da Fundação “João Paulo II
para o Sahel”. Desejada pelo Beato Papa Wojtyla, este organismo que presta auxílio
a uma das regiões da África martirizadas pela seca e desertificação, está inserido
no Pontifício Conselho “Cor Unum”, o dicastério para a caridade do Papa.
O
Secretário deste dicastério, Dom Giovan Pietro Dal Toso, explicou à Rádio Vaticano
a motivação de João Paulo II em criar este instrumento de caridade. Ele enfatiza que
“a motivação foi o fato de ele ter visto com os próprios olhos esta dramática situação
que o Sael vivia nos anos 80. Como sabemos, a Fundação foi criada em 1984, pois alguns
anos antes, João Paulo II havia visitado, ao início do seu Pontificado, aqueles países
extremamente pobres. Deste encontro dramático com a pobreza na África nasceu esta
idéia de instituir uma Fundação que se dedicasse exclusivamente a estes países, que
são provavelmente os mais pobres do planeta”.
Perguntado sobre os resultados
das contribuições da Fundação para combater o fenômenos da desertificação, Dom Toso
enfatizou que “estes foram positivos, mesmo existindo dificuldades em medi-los. Podemos
afirmar, seguramente , que nestes 9 países beneficiários da Fundação, foi criada uma
série de projetos, sobretudo comunitários, para favorecer a construção de poços, para
favorecer a plantação de árvores e assim por diante. Outro aspecto que me parece importante,
é o aspecto da formação, pois a Fundação sempre financiou projetos de formação, justamente
para tornar as pessoas mais capazes de enfrentar o problema”.
O Secretário
do dicastério vaticano, advertiu que os problemas alimentares no Sahel aumentaram
e que invertir na formação é a melhor maneira de enfrentar a situação: “a questão
mais importante neste momento é a de investir nas pessoas, isto é, ajudar as populações
do Sael a desenvolver as capacidades que tem, a desenvolver aquelas possibilidades
que as tornam capazes de enfrentar o problema de maneira direta. Assim, voltamos a
questão da formação”.
“O encontro com a pobreza no Sahel ou na América
Latina sempre é chocante – salienta Dom Toso -, mesmo porque é óbvio que vivemos numa
situação de vida totalmente diferente. Mas o que devemos nos questionar sempre, me
parece, diz respeito justamente à relação com as pessoas, sobretudo nestes países
particularmente atingidos pela fome ou pela sede. É claro que devemos ajudá-los a
sobreviver e a ter um mínimo necessário para viver, mas além disto, devemos nos perguntar
que tipo de desenvolvimento queremos oferecer, pois me parece que isto não está suficientemente
claro. Qual é, afinal de contas, o ponto de chegada de nossas ajudas? Existem uma
série de perguntas às quais nosso dicastério gostaria de dar uma resposta”, conclui.
(JE)