Igreja Turca desmente imprensa sobre "Arquivos Vaticanos e Questão Armena"
Istambul (RV) – O porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos turcos e também
Presidente da Cáritas da Turquia, Dr. Rinaldo Marmara, desmentiu as declarações a
ele atribuídas pela mídia turca, sobre a existência de documentos históricos no Arquivo
Secreto Vaticano, que comprovariam que o genocídio armênio ocorrido em 1915 teve sua
origem em problemas internos na comunidade dos armênios. A imprensa turca, nos
dias passados, noticiou que a Universidade de Bahcesehir abrirá um setor de pesquisa
sobre documentos históricos custodiados pelo Arquivo Vaticano e atribuiu ao Dr. Marmara
a responsabilidade pelo projeto de pesquisa. O jornal Vatan, particularmente, referiu
que Dr. Marmara teria revelado a existência de milhares de documentos referentes ao
Império Otomano e à Turquia, em especial ao massacre dos armênios e sobre incidentes
no Mar Egeo que imputariam culpa aos gregos e inocentariam os turcos. A frases
atribuídas a Marmara suscitaram fortes reações da comunidade cristã local, especialmente
entre os armênios, obrigando-o a divulgar um comunicado através da Agência Fides para
denunciar a gravidade das falsas declarações a ele atribuídas. No comunicado,
o porta-voz da Conferência Episcopal turca salienta que “uma questão tão delicada
e sensível como a “Questão Armena” deve ser tratada somente a partir de documentos
dos arquivos”. Ele pede uma retratação da imprensa turca com a correta divulgação
de suas declarações. “Os Arquivos Secretos do Vaticano – reiterou Marmara -, contém
milhares de documentos relativos à história da Turquia. Certamente devem existir alguns
sobre a Questão Armena. Na Europa já foram publicados alguns livros sobre este tema
a partir dos Arquivos Vaticanos. Estes arquivos são acessíveis a todos os pesquisadores
e eu não sou responsável pelas pesquisas que se realizam. Eu sublinho somente a relevância
destes Arquivos. A digitalização dos mesmos já foi iniciada e pode ser encontrada
online. Meu campo de pesquisa é a Igreja Católica Latina e a sua comunidade”, conclui.
(JE)