2012-12-17 12:55:28

Desporto ao serviço do homem e não o homem ao serviço do desporto: Bento XVI recebendo Comité Olímpico Italiano


“Um desporto ao serviço do homem e não o homem ao serviço do desporto” foi a proposta feita pelo Papa ao receber, nesta segunda de manhã, no Vaticano, uma delegação do Comité Olímpico italiano, com os atletas que representaram a Itália nos Jogos Olímpicos de Londres.
Felicitando-os pelas vitórias alcançadas (28 medalhas, oito das quais de ouro), Bento XV observou que aos atletas se pede mais do que o simples competir e obter bons resultados.
“Toda e qualquer atividade desportiva, tanto a nível de amadores como de competição, exige lealdade, respeito pelo próprio corpo, sentido de solidariedade e altruísmo, mas também alegria, satisfação, festa.”
“O que pressupõe um caminho de autêntica maturação humana, feita de renúncias, de tenacidade, de paciência, e sobretudo de humildade, que não suscita aplausos, mas que é o segredo da vitória.
“Um desporto que queira ter pleno sentido para quem o pratica, deve estar sempre ao serviço da pessoa. O que é está em jogo não é apenas o respeito das regras, mas a visão do homem, do homem que pratica desporto e que, ao mesmo tempo, tem necessidade de educação, de espiritualidade e de valores transcendentes”.

“De facto – observou ainda o Papa - o desporto é um bem educativo e cultural capaz de revelar o homem a si mesmo e de o aproximar de uma compreensão do sentido profundo da sua vida”.

Bento XVI recordou que o Concílio Vaticano II se referiu expressamente ao desporto (na Constituição “Gaudium et Spes”, no quadro das relações entre a Igreja e o mundo contemporâneo), colocando-o no setor da cultura, isto é, no âmbito em que se sublinha a capacidade interpretativa da vida, da pessoa e das suas relações.
“O Concílio faz votos de que o desporto contribua para afinar o espírito do homem, consentindo às pessoas enriquecerem-se com o conhecimento recíproco, ajudando a manter o equilíbrio da personalidade e favorecendo relações fraternas entre os homens de todas as condições, nações e diferentes origens.
Numa palavra, uma cultura do desporto assente no primário da pessoa humana; um desporto ao serviço do homem e não o homem ao serviço do desporto”.

A Igreja – observou ainda o Papa – interessa-se pelo desporto, porque se preocupa com o homem, com o homem todo, e porque reconhece que a atividade desportiva incide na educação, na formação da pessoa, nas relações , na espiritualidade.
Aludindo ao Ano da Fé, Bento XVI considerou que a atividade desportiva pode educar a pessoa também na “competição” espiritual, levando a viver em cada dia no esforço de fazer triunfar o bel sobre o mal, a verdade sobre a mentira, o amor sobre o ódio, e tudo isto antes de mais para si mesmo. Também o mundo do desporto pode ser como que um moderno “Átrio dos gentios” – uma preciosa oportunidade de encontro aberto a todos, crentes e não crentes, para experimentar a alegria e também a dificuldade de se confrontar com pessoas diferentes por cultura, língua e orientação religiosa.








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