Presidente da Caritas Internacional visita Goma e respalda apelo do Papa
Cidade do Vaticano (RV) – Permanece dramática a situação humanitária em Kivu,
no leste da República Democrática do Congo. Em Campala, Uganda, se aguarda o início
das negociações entre o governo congolês e os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23),
nas próximas horas.
Em Goma, depois da saída dos rebeldes, continuam a se
verificar violências e saques. O Papa, na última Audiência Geral, lançou um apelo
pela paz e para levar solidariedade concreta aos milhares de civis obrigados a abandonar
suas casas. A Caritas Internacional está coordenado as ajudas da Igreja, como confirma
o Presidente do organismo, Card. Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, entrevistado pela
Rádio Vaticano:
Card. Maradiaga:- Parece-me que as palavras do Papa
sejam realmente muito importantes, porque é a única autoridade moral que tem a possibilidade
de chegar a todos os homens de boa vontade. Este apelo do Santo Padre deve ser levado
em consideração, porque não é mais possível assistir a uma nova guerra por razões
que poderiam ser evitadas: uma das razões principais é o interesse pelos minérios
preciosos, que são estratégicos e estão na base da guerra desencadeada pelo movimento
guerrilheiro. Não existem, portanto, razões ideológicas. Uno-me ao apelo do Santo
Padre, para que todo o mundo católico se mobilize, especialmente com uma cadeia de
oração, para que o Espírito Santo possa transformar os corações.
Também os
Bispos da República Democrática do Congo divulgaram uma longa mensagem em que descrevem
a dramática situação do país.
Numa sessão extraordinária realizada de 3 a 5
de dezembro, em Kinshasa, o Comitê Permanente da Conferência Episcopal discutiu as
violências perpetradas pelos rebeldes do movimento M23. Mais uma vez, os bispos denunciam
a degradação dos direitos humanos e manifestam sua desaprovação ao governo nacional,
que não responde às expectativas da população. (BF)