Lyon (RV) – Cerca cinquenta líderes cristãos (católicos e evangélicos) e islâmicos
se reuniram no último fim de semana em Lyon, na França, para o 2º Fórum islâmico-cristão.
“As tentações extremistas” foi o tema escolhido para os debates numa França fortemente
chocada este ano pelos atentados de Toulouse e Montauban.
O Fórum de Lyon
é uma iniciativa do delegado diocesano para o Diálogo com os Islâmicos, Vincent Feroldi
e do imã Azzedine Gaci, mas que envolveu imãs de várias cidades da França, líderes
espirituais, reitores de mesquitas bem como delegados diocesanos, pastores evangélicos.
Participou dos trabalhos também Dom Michel Dubost, Presidente do Conselho para as
relações inter-religiosas da Conferência episcopal francesa.
“Também este
ano – lê-se na mensagem escrita aos participantes pelo Cardeal de Lyon, Dom Philippe
Barbarin – vocês deram prova de coragem escolhendo refletir juntos sobre as tentações
extremistas e fundamentalistas que ameaçam e dividem as nossas comunidades. Elas provocam
formas de violência, às vezes homicida, que é causa de grande escândalo para os não
crentes e para todos nós. Estes atos violentos também fazem nascer medos que podem
paralisar nossos encontro e o nosso diálogo. É preciso, portanto, denunciar todo tipo
de violência fundamentalista com grande firmeza de modo que nunca possam alterar a
qualidade das nossas relações”, destacou o cardeal.
“2012 – explicou Vincent
Feroldi – foi marcado por dramáticos aconteciment6os”. “Neste contexto, é urgente
para todos nós, responsáveis pelas comunidades islâmicas e cristãs, comprometidos
na França no diálogo inter-religioso, continuar nossos encontros, nossas relações
e nossas trocas de opiniões”.
Após os atentados de Montauban e Toulouse que
atingiram de maneira particular a comunidade hebraica, “o medo novamente tomou conta
da França”, afirmou o imã Gaci que também denunciou uma campanha de difamação sem
precedentes contra os islâmicos. E acrescentou: “os muçulmanos devem responder a essas
inquietações dos franceses com dignidade e clareza. Devem defender a dignidade humana,
combater toda forma de racismo” e “promover a cultura da paz e da convivência, favorecendo
o diálogo entre as culturas e os crentes sem medo de cari no relativismo”.
O
Fórum se concluiu com a publicação de uma declaração final em que os responsáveis
islâmicos e cristãos se comprometem em “testemunhar a alegria de crer em Deus e reconhecer
Sua obra no fiel de outra fé, acreditando que é um nosso irmão em humanidade”. (SP)