2012-12-03 15:58:42

Papa: "Pessoa humana está sempre acima do capital"


Cidade do Vaticano (RV) – Na Sala Clementina, no Vaticano, os 40 participantes da Plenária do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz foram recebidos pelo Papa Bento XVI. Os membros e consultores deste dicastério estão analisando, a partir de hoje, até quinta-feira, 5, as principais problemáticas sociais de seus continentes.

Esta 27ª Assembleia é celebrada no Ano da Fé, logo após o Sínodo sobre a Nova Evangelização, também no cinquentenário do Concílio Vaticano II e poucos meses antes dos 50 anos da Encíclica Pacem in terris, do Beato Papa João XXIII.

No fulcro do discurso do Papa estiveram a dignidade e a integridade do ser humano: “O objetivo do acesso ao trabalho para todos é sempre prioritário, inclusive nos períodos de recessão econômica” -disse.

Embora a defesa dos direitos tenha feito grandes progressos em nosso tempo – observou Papa Ratzinger – a cultura de hoje tende a desvalorizar a pessoa. O homem parece cada vez mais estar “isolado”, “separado de Deus”, e é considerado simplesmente na ótica biológica ou como capital humano, um “recurso”, parte de uma engrenagem produtiva e financeira que o domina”.

“Enquanto por um lado, continua-se a proclamar a dignidade da pessoa, por outro, as novas ideologias contribuem em considerar o trabalhador dependente e seu trabalho como “bens menores” e a ameaçar os fundamentos naturais da sociedade, especialmente a família” – completou, numa das passagens mais salientes do discurso.

Na realidade – concluiu Bento XVI – o ser humano goza de uma primazia real, que o coloca como responsável de si mesmo e da criação... o trabalho é um bem fundamental para o homem, em vista de sua personalização, de sua socialização, da formação de uma família, da contribuição para o bem comum e a paz. Justamente por isso, a meta do acesso ao trabalho para todos é prioritária” – frisou.

Em outro trecho, Bento XVI defendeu que a ideia da autoridade mundial não foi bem entendida:

A autoridade política mundial à qual pensava João XXIII e auspiciada por Bento XVI não deve ser um “super-poder concentrado nas mãos de poucos, dominando todos os povos e explorando os mais pobres” – afirmou o Pontífice, concluindo que “a autoridade deve ser interpretada, antes de tudo, como força moral, faculdade de influir segundo razão, ou seja, como autoridade participada, limitada por competência e pelo direito”.
(CM)








All the contents on this site are copyrighted ©.