Cidade do Vaticano (RV) – Sobriedade e oração: foi o que pediu Bento XVI durante
a oração do Angelus este domingo, na Praça S. Pedro, para viver o período do Advento.
Hoje
a Igreja inicia um novo Ano litúrgico, um caminho que é enriquecido ainda mais pelo
Ano da Fé, 50 anos depois da abertura do Concilio Ecumênico Vaticano II. A primeira
etapa deste itinerário é o Advento, explicou o Papa, formado no Rito Romano pelas
quatro semanas que precedem o Natal do Senhor, ou seja, o mistério da Encarnação.
A palavra «advento» significa «vinda» ou «presença». Na linguagem cristã,
refere-se à vinda de Deus, à sua presença no mundo; um mistério que envolve inteiramente
o cosmo e a história, mas que conhece dois momentos culminantes: a primeira e a segunda
vinda de Jesus Cristo. A primeira é justamente a Encarnação; a segunda é o retorno
glorioso no final dos tempos.
Esses dois momentos, que cronologicamente estão
distantes – e não sabemos quanto –, se tocam profundamente, porque com a sua morte
e ressurreição Jesus já realizou aquela transformação do homem e do cosmo que é a
meta final da criação. Mas antes do fim, o desígnio de salvação de Deus requer continuamente
a livre adesão e colaboração do homem.
Nas leituras deste domingo, no Evangelho
de Lucas Jesus traça a linha de conduta a seguir para estarmos prontos à vinda do
Senhor: «Cuidado para que os vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, pela
embriaguez e pelas preocupações da vida … ficai acordados orando em todo momento»
(Lc 21,34.36).
“Sobriedade e oração”, resume o Papa. Em meio aos turbamentos
do mundo, ou aos desertos da indiferença e do materialismo, os cristãos acolhem de
Deus a salvação e a testemunham com um modo diferente de viver. A comunidade dos fiéis
é sinal do amor de Deus, da sua justiça que já está presente na história, mas ainda
não foi plenamente realizada, e portanto deve ser sempre aguardada, invocada, buscada
com paciência e coragem.
Nossa Senhora encarna perfeitamente o espírito do
Advento, feito de escuta de Deus, de desejo profundo de fazer a sua vontade, de alegre
serviço ao próximo. “Deixemo-nos guiar por Ela, para que o Deus que vem não nos encontre
fechados ou distraídos, mas possa, em cada um de nós, estender um pouco o seu reino
de amor, de justiça e de paz.”