Começa mais
uma vez o tempo do Advento. Tempo de expectativa e de esperança olhando para o Natal.
Num
mundo em que não faltam problemas e situações que nos interpelam como membros da humanidade
em caminho e como crentes. Basta um olhar à nossa volta. Problemas de crise económica
e de desemprego, pelos quais cresce em muitos povos uma atmosfera de incerteza sobre
o futuro e de incapacidade de novos projectos. Problemas sociais e de saúde pública,
como aqueles que foram chamaram a nossa atenção recentemente para as jornadas mundiais
de luta contra a violência sobre as mulheres e as campanhas contra a SIDA. Problemas
de conflitos e de violências, como aqueles que ocorrem na Síria, no Mali, na Nigéria,
no Leste do Congo, na Somália, no Afeganistão, no Iraque. Problemas de tensões sociais
e políticas como no Egito.
As luzes de esperança não são fáceis de reconhecer,
mesmo se algumas não falham. Há encontros a decorrer em Cuba entre o governo colombiano
e a guerrilha das FARC. O voto das Nações Unidas sobre a Palestina será um empurrão
para o recomeço do processo de paz? É lícito esperá-lo.
Enfim, vivemos entre
perguntas, preocupações e frágeis esperanças. O tempo de Advento deve ajudar-nos a
perguntar e a encontrar os motivos de uma grande Esperança, que não se deixe sugar
pela desconfiança e consiga manter as esperanças humanas no tempo da espera. No fundo,
todos os esforços da ciência, da diplomacia e da política que procuram a paz social,
interna e internacional, têm sentido e solidez previdente apenas sob o fundamento
da conversão pessoal para se tornarem operadores de paz, como diz o Senhor. Por isso,
é a isto que devemos dedicar o nosso Advento de oração e de empenho.