No Compasso do Brasil: música de protesto que antecede os festivais
Cidade do Vaticano
(RV) – Alguém perguntou porque os festivais de música no Brasil terminaram. Saudosismo
a parte, foi uma época de ouro, não mais para o rádio e sim para a tv. Os Festivais
da TV Record, em São Paulo, foram muito mais do que simples palco para nomes consagrados
como Elis Regina e Chico Buarque. Os festivais extrapolavam a questão culturam e davam
voz ao povo que ouvia nos intérpretes a sua própria voz.
Fechava-se um ciclo,
a Bossa Nova, com músicas alegóricas como a Garota de Ipanema e O Barquinho, chegava
ao fim e abria espaço para novas melodias, hamonias e letras dos festivais, nas quais
os problemas do Brasil de verdade não eram – e não podiam ficar – mais escondidos.
Sem intertextualidades, letras nuas e cruas com nuances repletas de Brasil.
Nesse
programa, Rafael Belincanta e o convidado Zé Galia percorrem o início dos festivais.
Ao vivo, Zé Galia canta Upa Neguinho, imortalizada na voz de Elis Regina e nos faz
entender essa mudança no cenário musical brasileiro que aconteceu justamente no final
de 1962, já como se prevesse algo que mais tarde mudaria para sempre os destinos da
nação.
No final, pode-se ouvir uma gravação original de Elis Regina quando
eleita melhor intérprete feminina no festival de 1967. Não deixe de escutar!