Pobreza moral, espiritual e material: por quê? Ouça o nosso especial
Cidade
do Vaticano (RV) - De um lado, a pobreza escolhida e proposta por Jesus; de outro,
a pobreza a ser combatida para tornar o mundo mais justo e solidário.
Na homilia
na Missa na Solenidade de Maria Mãe de Deus, em 1º de janeiro de 2009, Bento XVI fazia
a distinção entre essas duas pobrezas, uma positiva, a de Jesus, e a outra negativa,
a do homem.
Deus escolheu a pobreza de Jesus. Quis nascer assim mas poderíamos
acrescentar imediatamente: quis viver, e também morrer assim. Dizia o Apóstolo S.
Paulo, "Não se trata de vos pordes em dificuldade para aliviar os outros, mas que
haja igualdade" (8, 13).
O segundo aspecto é o da indigência do homem, que
Deus não quer e que deve ser "combatida"; uma pobreza que impede que as pessoas e
as famílias vivam segundo a sua dignidade; uma pobreza que ofende a justiça e a igualdade
e que, como tal, ameaça a convivência pacífica.
Neste sentido negativo, inserem-se
também as formas de pobreza não material que se encontram até nas sociedades ricas
e progredidas: marginalização, miséria relacional, moral e espiritual.
E são
justamente a esses aspectos que dedicamos os próximos minutos deste especial sobre
a pobreza, suas causas e consequências.
Começamos com o teólogo Paulo Suess,
que faz sua reflexão sobre os pobres no espírito e como essa pobreza se manifesta
no Brasil:
Para o Secretário-Executivo da Comissão Brasileira de Justiça e
Paz, Professor Pedro Gontijo outro mal que acomete o Brasil é a pobreza moral, que
se manifesta individualmente, nas comunidades, nas empresas e também na política.
Já
o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Justiça, Caridade e
Paz, Dom Guilherme Werlang, considera uma incongruência que um país tão rico de recursos
naturais, como o Brasil, tenha um número tão elevado de pobres. (BF/CM)