Pe. Dariusz e a aliança entre Deus e o homem

Cidade do Vaticano (RV) - O homem compreenderia melhor si mesmo se recordasse que Deus no início dos tempos o convidou a fazer uma íntima aliança com Ele. Foi o que disse Padre Dariusz Kowalczyk à Rádio Vaticano no ciclo de reflexões dedicadas aos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.

Para conhecer Deus temos necessidade de que Deus mesmo se revele a nós. E de fato, Deus se manifestou ao homem. O Catecismo, no número 54, - destaca o sacerdote –, nos fala das etapas da Revelação. No princípio Deus se manifestou aos nossos progenitores convidando-os à íntima comunhão. E aquele convite jamais foi revogado. Nem mesmo após a catástrofe antropológica que chamamos pecado original. Mesmo depois da queda dos nossos progenitores, Deus muitas vezes ainda ofereceu aos homens a Sua aliança.

A história de Noé é o primeiro texto bíblico onde Deus faz uma aliança com o homem. O arco-íris é o sinal daquela aliança. Disse Deus a Noé: “Este é o sinal da aliança que estabeleço com tudo o que vive sobre a terra” (Gn 9,17).

O Catecismo sublinha que “a aliança com Noé continua em vigor durante todo o tempo das nações, até a proclamação universal do Evangelho (n. 59). Tal afirmação nos faz pensar a uma frase misteriosa do Evangelho de Lucas: “Jerusalém será pisoteada pelos pagãos, até que o tempo dos pagãos se complete”. (Lc 21,24).

Outra aliança é com Abraão. “Em ti, todas as nações da terra serão abençoadas” (Gn 12,3), disse Deus a Abraão. O povo que dele descende, de fato, será depositário das promessas feitas aos patriarcas, e se tornará o povo eleito. Com aquele povo Deus realiza a Aliança do Sinai, dando-lhe, através de Moisés, o Decálogo: dez palavras de vida.

As alianças atingem a sua plenitude na pessoa de Jesus Cristo que “è a Palavra única, perfeita e definitiva” (CCC, 65) de Deus Pai.

Devemos, portanto, recordar que fazemos parte das alianças feitas por Deus com os homens. Assim poderemos mais facilmente reencontrar o sentido de nossa vida: na história de Noé, de Abraão, e sobretudo de Jesus, o Revelador e a revelação feita homem. (SP)