Papa: "Deus não é uma inteligência matemática; é uma realidade em nossa vida"
Cidade
do Vaticano (RV) – Nesta chuvosa quarta-feira de outono, o encontro semanal do
Pontífice com os fiéis se realizou na Sala Paulo VI, no Vaticano. Como é tradição,
o Papa leu a sua reflexão em italiano, e na sequência, resumiu o texto em várias línguas.
Prosseguindo a série sobre o Ano da Fé, a questão principal da audiência foi “Como
falar de Deus no mundo de hoje?”.
"Deus não é uma hipótese distante sobre
a origem do mundo; não é uma inteligência matemática que está longe de nós. O amor
de Deus por nós é infinito e eterno, e a fé cristã é uma resposta aos anseios mais
profundos do coração humano” – começou Bento XVI. "Comunicar Jesus Cristo aos
homens e mulheres do nosso tempo significa dar testemunho silencioso e humilde do
núcleo da mensagem do Evangelho".
O Papa sugeriu imitar o modo de agir
de Deus, mas ressalvou que “falar de Deus requer um crescimento na fé, familiaridade
com Jesus e seu Evangelho; uma vida de fé e caridade”. “A família é um lugar privilegiado
para a transmissão da fé às novas gerações. Em clima de escuta e de diálogo, cada
membro deve ser para o outro um sinal do amor de Deus. Falar de Deus é comunicar-se
com alegria, força e simplicidade” – lembrou.
“Assim, em nossas vidas,
com nossas famílias, com nossos filhos, poderemos manifestar este mesmo amor de Cristo,
estando atentos a todas as necessidades, aos anseios mais profundos, para poder dar
uma resposta de esperança à humanidade”.
Em português, o Papa usou as
seguintes palavras:
“O anúncio que leva ao encontro com Deus-Amor, revelado
de modo único em Jesus crucificado, é destinado a todos: não há salvação fora de Jesus
Cristo. Como podemos falar de Deus hoje? O Ano da Fé é ocasião de buscar novos caminhos,
sob a inspiração do Espírito Santo, para transmitir a Boa Nova da salvação. Neste
sentido, o primeiro passo é procurar crescer na fé, na familiaridade com Jesus e com
o seu Evangelho, aprendendo da forma como Deus se comunica ao longo da história humana,
sobretudo com a Encarnação: através da simplicidade. É necessário retornar ao aspecto
essencial do anúncio, olhando para o exemplo de Jesus. N’Ele, o anúncio e a vida se
entrelaçam: Jesus atua e ensina, partindo sempre da sua relação íntima com Deus Pai.
De fato, comunicar a fé não significa levar a si mesmo aos demais, mas transmitir
publicamente a experiência do encontro com Cristo, a começar pela própria família.
Esta é um lugar privilegiado para falar de Deus, onde se deve procurar fazer entender
que a fé não é um peso, mas uma profunda alegria que transforma a vida.
Uma
saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, com votos de serem por
todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar
neste encontro com o Sucessor de Pedro. Que Deus vos abençoe! Obrigado!”. (CM)