2012-11-26 11:59:02

Bispos da alta Mesopotania fazem apelo em prol da paz na Síria


Kamishly (RV) - Um apelo urgente ao Papa, ao Secretário-Geral da ONU e a todos os Chefes de Estado a fim de evitar a catástrofe que ameaça as populações de alta Mesopotâmia, entre Tigre e Eufrates. É o que lançam à agência Fides, três bispos da região no final de três dias de jejum em que os cristãos da região pediram ao Senhor o dom da paz. O Arcebispo Jacques Behnan Hindo, titular da eparquia sírio-católica de Hassaké-Nisibi, da paróquia dos Santos Pedro e Paulo em Kamishly descreve uma situação à beira do abismo: “Nos últimos dias, os salafistas entraram em Ras al Ain. Dali fugiram 30 mil pessoas, que se somaram aos 400 mil refugiados já provenientes de Deir el Zor, Homs e Aleppo. Agora eles e os de Free Syrian Army, localizados na fronteira com a Turquia, podem apontar para a província de Jazira, aos centros urbanos de Hassaké e Kamishly. Se o fizerem, o exército de Assad irá bombardear, como já aconteceu em Ras al Ain. Será uma banho de sangue, e não haverá mais 800 mil pessoas obrigadas a fugir, sem saber para onde”.

O arcebispo, em coordenação com os outros bispos - os sírio-ortodoxos e assírios - e com os líderes locais de outras comunidades étnicas e religiosas, está engajado em iniciativas de mediação para evitar novas tragédias ao seu povo. “Nós, cristãos – conta à Fides Dom Hindo - junto com todos as outras componentes de árabes e curdas, enviamos uma carta ao Free Syrian Army e aos grupos salafistas, pedindo para não iniciar sua ofensiva A resposta até agora tem sido: esperamos as ordens de nossos líderes. Para evitar isso, nós enviamos um apelo urgente a Bento XVI e aos líderes das nações, pedindo-lhes para fazer pressão a fim de que os grupos armados não entrem em nossa região. Espero que o Papa fale também no Angelus de domingo”.

As estradas que ligam a alta Mesopotâmia alta a Damasco, Homs e Aleppo, estão interrompidas. Nas cidades também a eletricidade vai e vem. Nesta condição suspensa, as comunidades locais criaram comitês populares para manter a segurança nos bairros e gerenciar os fornos que produzem o pão para os refugiados. O Arcebispo Hindo confirma à agência Fides que os comitês populares, até agora se recusaram a pegar armas e se tornarem milícias de autodefesa. “Também a mim - disse à Fides Dom Hindo - propuseram a distribuição de 700 armas em Hassaké e mil em Kamishly. Eu recusei categoricamente, como todos os cristãos aqui. Os comitês populares não estão armados e não tem a ver com o governo”. (SP)









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