2012-11-23 13:33:07

O "cuidado maternal" da Igreja em relação aos marítimos, pescadores e famílias: Bento XVI ao Congresso do Apostolado do Mar


A precariedade de vida dos marítimos e pescadores e a missão a desenvolver pela Igreja nestes ambientes, foram evocadas por Bento XVI ao receber nesta sexta de manhã, os quatrocentos participantes no Congresso Mundial do Apostolado do Mar, que decorreu nos últimos dias no Vaticano. Foram – como observou o Papa - “jornadas intensas de aprofundamento sobre temas importantes, como o anúncio do Evangelho a um número crescente de marítimos pertencentes às Igrejas Orientais, a assistência aos não cristãos ou não crentes, e a procura de uma colaboração ecuménica e inter-religiosa cada vez mais sólida”.
Perante “os constrangimentos vividos pelos trabalhadores da indústria marítima, assim como pelos pescadores e suas famílias”, há que enfrentar os problemas com “uma visão integral do homem, que respeite os vários aspetos da pessoa humana, contemplada com o olhar purificado pela caridade”. O Papa recordou que o “Apostolado do Mar” foi instituído em 1922 pelo Papa Pio XI, que encorajou os primeiros capelães e voluntários neste campo, missão confirmada por João Paulo II 75 anos depois.

Desde os alvores do Cristianismo que o mundo marítimo foi um veículo eficaz da evangelização, a começar pelos Apóstolos, até aos dias de hoje – fez notar Bento XVI.
“Também hoje a Igreja sulca os mares para levar o Evangelho a todas as nações e a vossa presença capilar nos portos, as visitas que fazeis quotidianamente aos navios aí atracados e o acolhimento fraterno nas horas de pausa das tripulações, são o sinal visível da solicitude para com quem não pode dispor de um acompanhamento pastoral ordinário”.

Bento XVI não deixou de referir as situações de injustiça vividas pelos marítimos, agravadas pelo processo de globalização: especialmente quando as tripulações são sujeitos a restrições para descer a terra, nos portos, ou quando são abandonadas, juntamente com as embarcações onde trabalham, ou quando são vítimas da pirataria marítima ou dos prejuízos provocados pela pesca ilegal.
“A vulnerabilidade dos marítimos, pescadores e navegantes, deve tornar a Igreja ainda mais atenta e solícita, estimulando o cuidado materno que, através de vós, se manifesta a todos os que encontrais nos portos ou nos navios, ou que assistis a bordo, nos longos meses de embarque”.

Relativamente ao “vasto setor das pescas”, e suas famílias, o Papa referiu as atuais dificuldades, ligadas à incerteza do futuro, até pelos efeitos negativos das transformações climáticas e pela excessiva exploração dos recursos. Daqui uma saudação pessoal aos pescadores: “A vós, pescadores, que procurais condições de trabalho dignas e seguras, salvaguardando o valor da família, a tutela do ambiente e a defesa da dignidade de cada pessoa, quereria assegurar a proximidade da Igreja”.

E Bento XVI concluiu renovando aos agentes da pastoral do mar o “mandato eclesial” que, em comunhão com as Igrejas locais de pertença” (disse), os coloca na primeira linha da evangelização de tantos homens e mulheres de variadas nacionalidades que transitam pelos portos.








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